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quarta-feira, 12 de março de 2008

Reforma e Contra Reforma

Contra-Reforma
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A Reforma Católica, também denominada Contra-Reforma,[1] segundo Mcnall Burns, professor de História da Rutgers University, não se caracterizou propriamente por um movimento da Igreja Católica de reação à contestação iniciada por Martinho Lutero. [2] Segundo Burns a Revolução Protestante foi apenas uma das fases do grande movimento denominado como "Reforma", a outra fase foi a "Reforma Católica". Estudos recentes mostraram que os primórdios do movimento reformista católico foram em tudo independentes da Revolução Protestante" [2]

Daniel-Rops, da Academia Francesa, neste sentido é textual: Nem na ordem cronológica nem na ordem lógica temos o direito de falar de "contra-reforma" para caracterizar esse salto gigantesco, esse admirável esforço de rejuvenescimento e ao mesmo tempo de reorganização que, em cerca de trinta anos, deu à Igreja um rosto novo.[3] "Se, cronologicamente, a Reforma católica não é uma "contra-reforma", também não é no processo do seu desenvolvimento." [3]

Índice [esconder]
1 Reforma católica e contra-reforma
2 Primórdios da Reforma Católica
3 Apogeu da Reforma Católica
4 O Concílio de Trento
5 O pós-Concílio
6 Referências
7 Bibliografia
8 Vide também
9 Ligações externas



[editar] Reforma católica e contra-reforma
De acordo com Burns a Renascença foi acompanhada de um outro movimento - a Reforma. "Este movimento compreendeu duas fases principais: a Revolução Protestante, que irrompeu em 1517 e levou a maior parte da Europa setentrional a separar-se da igreja romana, e a Reforma Católica, que alcançou o auge em 1560. Embora a última não seja qualificada de revolução, na verdade o foi em quase todos os sentidos do termo, pois efetuou uma alteração profunda em alguns dos característicos mais notáveis do catolicismo da Idade Média."[4] Acontecimentos reformistas foram o V Concílio de Latrão, os sermões reformistas de Juan Colet, a publicação do Consilium de Emendanda Ecclesia de Gasparo Contarini e a fundação do Oratório do Amor Divino. [5]


[editar] Primórdios da Reforma Católica
Em 31 de Outubro de 1517 Lutero publicou em Wittemberg as suas Noventa e cinco teses contra as indulgências, que consistiam em 95 argumentos contra o perdão dos pecados mediante o pagamento de determinada quantia, defendo que só Deus pode perdoar o homem.

Em 1519 foi acusado de heresia e foi excomungado. Todas as igrejas cristãs não-católicas no ocidente passaram a ser designadas por protestantes, pois na Dieta de Worms os príncipes alemães protestaram para que o Imperador Carlos V permitisse que eles professassem suas fés.

"Já na segunda metade do século XV, tudo o que havia de mais representativo entre os católicos, todos os que tinham verdadeiramente consciência da situação, reclamavam a reforma, por vezes num tom de violência feroz, e mais freqüentemente como um ato de fé nos destinos eternos da 'Ecclesia Mater'." (Rops)[3] A Espanha sobressaiu-se como vanguarda da Reforma Católica. "Na Espanha durante os últimos anos do século XV, uma revivescência religiosa iniciada pelo Cardeal Cisneros agitou profundamente o país. (...) Também na Itália, desde o início do século XVI, um grupo de clérigos fervorosos vinha trabalhando para tornar os sacerdotes da sua igreja mais dignos da missão." [6]

Os reis católicos consideraram a reforma eclesiástica como uma parte essencial da restauração do estado, que norteou a sua política. o cardeal Cisneros reformou os franciscanos com São Pedro de Alcântara e a vida monástica, notadamente a dos beneditinos, a Universidade de Alcalá, por ele fundada, foi um grande centro de estudos teológicos e humanísticos e fez publicar a célebre Bíblia Poliglota Complutense.

A obra de renovação espiritual do clero e do povo levada a efeito por São João de Ávila constitui um capítulo à parte na história religiosa do século XVI. Santa Teresa de Ávila reformou a Ordem do Carmelo e São João da Cruz estendeu a reforma aos frades carmelitas.

A mais importante fundação religiosa, no entanto, neste século foi a da Companhia de Jesus por Santo Inácio de Loyola; quando o seu fundador morreu esta ordem contava com mais de mil membros e meio século depois com 13.000. Os jesuítas prestaram o mais relevante serviço ao Pontificado no trabalho da Reforma Católica com as suas missões, a formação do clero e a educação da juventude, na propagação da fé católica e no ensino da sua doutrina. Muito antes de findar a Reforma havia missionários jesuítas na África, no Japão, China, América do Norte e do Sul.

Também na Itália davam-se inquietações por uma renovação cristã. Surgiu a Ordem dos Teatinos (1524), a Ordem dos Barnabitas (1534), os somascos o Oratório do Amor Divino e o trabalho de Caetano de Thiene e de João Caraffa. Na Itália surgiram também os Capuchinhos como um novo tronco dos Franciscanos, alcançando grande popularidade pela austeridade de vida e dedicação ao ensino.


[editar] Apogeu da Reforma Católica
O auge da reforma católica se deu com os papas reformistas. O primeiro deles foi Adriano VI, sucedeu-lhe Clemente VII com um governo de one anos. Os papas Paulo III, Paulo IV, Pio V e Sixto V cobriram um período que vai de 1534 a 1590, foram os mais zelosos reformistas que presidiram a Santa Sé desde Gregório VII [7]

As finanças da Igreja foram reorganizadas e os cargos foram ocupados por padres e religiosos de reconhecida fama de disciplina e austeridade e foram rigorosos com os clérigos que persistiam no vício e no ócio. A ação dos papas reformistas foi completada com a convocação do Concílio que se reuniu na cidade de Trento.


[editar] O Concílio de Trento
O acontecimento central da Reforma Católica foi a convocação do Concílio. O Papa Paulo III reuniu os representantes máximos da Igreja no Concílio de Trento (entre 1545 e 1563), onde foram reafirmados os princípios da Igreja Católica. A Reforma Católica pretendia reafirmar a fé católica, reformar internamente a Igreja e combater o protestantismo.

No campo doutrinal o Concílio reafirmou, sem exceção, os dogmas atacados pela Reforma Protestante, declarou-se antes de tudo que: 1) a Revelação divina se transmitiu pela Sagrada Escritura, interpretada pelo Magistério da Igreja e pela Tradição apostólica. 2) O Concílio, ainda, enfrentou o tema chave da questão da "justificação" e, contra as teologias luterana e calvinistas, declarou que a graça divina e a cooperação livre e meritória da vontade humana operam em conjunto a justificação do homem, ou seja as boas obras são tão necessárias para a salvação quanto a fé. 3) Definiu-se também a doutrina dos sete Sacramentos e as notas próprias de cada um deles.

O Concílio confirmou, como elementos essenciais da religião católica, a transusbstânciação, a sucessão apostólica, a crença no purgatório, a comunhão dos santos e reafirmou-se o primado e autoridade do Papa como sucessor de São Pedro.

No campo disciplinar procurou-se com empenho a por fim nos abusos existentes no clero, confirmou o celibato clerical e religioso, melhorou-se substancialmente a sua formação intelectual e cultural e exigiu-se uma elevada moralidade e espiritualidade dos seus integrantes. Bispos e párocos foram obrigados a residir nas suas respectivas sedes e ativou-se a vida pastoral.

Obrigou-se aos párocos a ensinar a catequese às crianças e a dar doutrina e instrução religiosa aos fiéis. Os habitantes de terras descobertas, foram catequizados através da ação dos jesuítas. Retomou-se o Tribunal do Santo Ofício e Inquisição: para punir e condenar os acusados de heresias.


[editar] O pós-Concílio
O período que se seguiu ao Concílio de Trento foi marcado por uma grande renovação da vida católica. A reforma fundada nos decretos e nas constituições tridentinas foi levada a efeito pelos papas que se sucederam. Foi criado o "Index Librorium Proibitorium" ( Índice de Livros Proibidos ) para evitar a propagação de idéias contrárias à fé da Igreja Católica. Publicou-se uma Catecismo Romano, um Missal e um Breviário por ordem de São Pio V.

O espírito tridentino deu oportunidade ao surgimento de bispos exemplares como São Carlos Borromeu, zeloso arcebispo de Milão. São Filipe de Néri contribuiu para a renovação do espírito cristão da Cúria Romana, São José de Calassanz fundou as Escolas Pias e desenvolveu abnegada atividade de formação da juventude entre as classes populares e São Francisco de Sales difundiu a piedade pessoal - a vida devota - entre os leigos que viviam no meio do mundo.

Também são fruto e conseqëncia da Reforma Católica levada a efeito pelo Concílio a renovação da arte sacra cristã, com o surgimento do Barroco que é o estilo artístico da Reforma Católica. Portugal e Espanha levaram a fé católica para além-mar. Hoje os católicos da América Latina e das Filipinas constituem a grande reserva demográfica da Igreja e do Cristianismo. Em 1622 foi criada a Congregação de Propaganda Fide.

Na esteira da dinâmica tridentina, por iniciativa de São Pio V, organizou-se a "Santa Liga" que levou a cabo uma autêntica Cruzada contra os turcos otomanos que os derrotou na famosa batalha de Lepanto sob o comando de João de Áustria. Pela ação de missionários como São Francisco de Sales obteve-se a reconquista religiosa de uma porção importante dos povos do centro europeu, e ainda na Áustria, na Baviera, na Polônia, na Boécia e na Ucrânia.

A cisão cristã definitiva, entretanto, se deu com o final da Guerra dos Trinta Anos e com a paz de Vestfália, com ela o avanço da reconquista católica na Alemanha ficou bloqueado, ali estabeleceu-se o princípio cuius regio eius religio, cada um siga a religião de seu Príncipe, o que consagrou a fragmentação religiosa germânica num povo dividido em mais de trezentos principados e cidades.


[editar] Referências
↑ "A outra fase foi a Reforma Católica, ou Contra-Reforma, como é comumente chamada, na suposição de que o objetivo primário dos seus orientadores tivesse sido limpar os currais de Aúgias da igreja católica a fim de obstar à expansão do protestantismo" in MacNall Burns, Edward. Bibl. cit. pg.477.
↑ 2,0 2,1 MacNall Burns, bibl. cit. pg.477-481.
↑ 3,0 3,1 3,2 Daniel-Rops, bibl. cit. vol. V(II) pg. 7-9
↑ MacNall Burns, bibl. cit. pg. 449
↑ G. Battelli no Dizionario di Storiografia online, afirma que a maioria dos historiógrafos católicos e protestantes, hoje distinguem claramente a "Reforma católica" da "Contra-reforma", o primeiro deles, no final do século XIX, foi o protestante Maurenbrecher: L'Idea di Riforma Cattolica. A bilanciare sul piano storiografico tale tendenza intervenne alla fine dell'Ottocento lo storico protestante W. Maurenbrecher, che nella sua Geschichte der Katholischen Reformation (1880; Storia della Riforma cattolica), riprese l'analisi dei tentativi di riforma effettuati in area cattolica prima del sorgere della «protesta luterana» per concludere, con prevalente riferimento al caso della Spagna, che era realmente esistita una tendenza in tal senso, che essa risultava del tutto autonoma rispetto al cammino percorso dalla riforma protestante, e (differenziandosi in questa lettura dalle tesi di Ranke) che essa andava individuata sotto la categoria di riforma cattolica. Dizionario di Storiografia (em italiano)
↑ MacNall Burns, bibl. cit. pg.477-478
↑ MacNall Burns, bibl. cit. pg. 478.

[editar] Bibliografia
DANIEL-ROPS. A Igreja da Renascença e da Reforma. (Tradução de Emérico da Gama). São Paulo: Quadrante, 1999, vol. V (I e II). (Título original francês: L'Église de la Renaissance et de la Réforme. (II) Une ère de renouveau: La réforme catholique. Pub. Lib. Arthème Fayard, Paris).
MAcNALL BURNS, Edward. História da Civilização Ocidental. (Tradução de Lourival Gomes Machado, Lourdes Santos Machado e Leonel Vallandro). Porto Alegre: Editora Globo, 1972, 2ª. edição. (Título original da edição norte-americana: Western Civilizations, Their History and Their Culture. W. W. Norton & Co. Inc., N. York).
ORLANDIS, José. História breve do Cristianismo. Tradução de Osvaldo Aguiar - Lisboa: Rei dos Livros, 1993. ISBN: 972-51-0046-8
PIERRARD, Pierre. História da Igreja. (Tradução de Álvaro Cunha; revisão de Luiz João Gaio). São Paulo: Paulus, 1982. (Título original da edição francesa: Histoire de l'Eglise Catholique. Desclée & Cie. Paris, 1978)
WOHL, Louis de. Fundada sobre a rocha, história breve da Igreja. Tradução de Teresa Jalles - Lisboa: Rei do Livros, 1993.

[editar] Vide também
Companhia de Jesus
Concílio de Trento
Filipe de Néri
Francisco Xavier
História da Igreja Católica
Inácio de Loyola
João Calvino
João Knox
Martinho Lutero
Paulo III
Paulo IV
Pio V
Reforma Protestante
Teresa de Ávila
Ulrico Zuínglio
Xisto V

[editar] Ligações externas
The Catholic Reformation por Henri Daniel-Rops (em inglês)



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