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Feliz Natal

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

HISTÓRIA PROF ANITA CARRASCO PEREYRA

ABSOLUTISMO MONÁRQUICO

Durante o processo de estabelecimento dos Estados Nacionais, a sociedade européia estava dividida entre grupos rivais da nobreza e da burguesia. Alimentando essas divisões, os reis foram concentrando uma grande soma de poderes em suas mãos. Assim, passaram a comandar os exércitos, distribuir a justiça entre os súditos, decretar leis e arrecadar tributos. Essa enorme concentração de poderes em torno do rei caracterizou o absolutismo monárquico.

Fundamento teórico para o absolutismo
Vários pensadores formularam teses procurando dar fundamento ao absolutismo. Entre eles, destacam-se:
-Jean Bodin (l530-l596)- jurista e filósofo francês, defendeu, em sua obra A República, o conceito do soberano perpétuo e absoluto, cuja autoridade representava a vontade de Deus. Assim, todo aquele que não se submetesse à autoridade do rei deveria ser considerado um inimigo da ordem pública e do progresso social. Segundo Bodin, o rei deveria possuir um poder supremo sobre o Estado, respeitando, apenas, o direito de propriedade dos súditos.
-Thomas Hobbes (1588-1679)- filósofo inglês, escreveu o livro Leviatã (o título se refere ao monstro que segundo a Bíblia, governava o caos primitivo), comparando o Estado a um monstro todo-poderoso, especialmente criado para acabar com a anarquia da sociedade primitiva. Segundo Hobbes, nas sociedades primitivas o homem era o lobo do homem, vivendo em constantes guerras e matanças, cada qual procurando garantir sua própria sobrevivência. Só havia uma solução para dar fim à brutalidade: entregar o poder a um só homem, o rei, que governaria todos os demais, eliminando a desordem e dando segurança a todos.
-Jacques Bossuet (1627-1704)- bispo francês, reforçou a teoria da origem divina do poder do rei. Segundo Bossuet, o rei era um homem predestinado por Deus para assumir o trono e governar toda a sociedade. Por isso, não tinha que dar justificativas a ninguém de suas atitudes

Principais Estados absolutistas
A formação do Estado Moderno absolutista desenvolveu-se de formas diferentes para cada país.
Portugal- Em 1383 teve início, em Portugal, a Dinastia de Avis, após uma revolução em que saiu vitoriosa a burguesia portuguesa sobre asociedade agrária e feudal. Com o apoio dessa burguesia o rei D. João, centralizou o poder e favoreceu a expansão marítimo-comercial portuguesa.
Espanha
Durante séculos a Espanha era constituída de diversos reinos cristãos. A partir do século XIII, sö havia na Espanha dois grandes reinos fortes: o de Castela e Aragão.
Em 1649, a rainha Isabel, de Castela, casou-se com o rei Fernando, de Aragão. O casamento de Fernando e Isabel unificou politicamente a Espanha e após a expulsão dos árabes, o poder real se fortaleceu.
França
O início do processo e centralização do poder monárquico na França remonta ao século XIII, quando foram tomadas medidas para a formação do Estado francês.
Durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre França e Inglaterra , aumentou o sentimento nacional francês. Com a guerra, a nobreza feudal foi se enfraquecendo enquanto crescia o poder do rei.
No período que vai de 1559 a1589, a França enfrentou um momento de enfraquecimento do poder real, em consequência de guerras religiosas entre grupos católicos e protestantes. Somente com Henrique IV (1589-1610), o reino francês foi pacificado em seus conflitos religiosos.
Com os sucessores de Henrique IV, Luís XIII e Luís XIV, o processo de centralização do poder monárquico atingiu seu ponto máximo.
INGLATERRA

O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII (1485-1509 ), fundador da dinastia dos Tudor, que assumiu o poder quando terminava uma longa guerra entre diferentes grupos da nobreza, os Lancaster e os York ( Guerra das Duas Rosas – 1455 a 1485). A burguesia inglesa, identificada com as atividades do comércio e das manufaturas, prestou seu apoio a Henrique VII para que se conseguisse a pacificação interna do país.
Fortalecidos, os sucessores de Henrique VII ampliaram os poderes da monarquia e diminuíram os poderes do parlamento inglês, que tem suas origens no sec. XIII. O parlamento, por volta de 1350, era composto por duas câmaras: a câmara dos lordes, formada por bispos, abades e nobres feudais; e a câmara dos comuns, formada por cavaleiros das zonas rurais, burgueses enriquecidos etc.
No reinado da rainha Elisabeth I, o absolutismo monárquico inglês fortaleceu-se ainda mais, na medida em que o poder real passou a colaborar ativamente com o desenvolvimento capitalista do país.Entre os principais acontecimentos que marcaram o reinado de Elisabeth I, podemos destacar: -consolidação da Igreja anglicana, e a liberação de recursos para atividades capitalistas;- início da expansão colonial inglesa, com a colonização da América do Norte e o apoio aos atos de pirataria contra navios espanhóis.
Com a morte de Elisabeth I, chegou ao fim a dinastia dos Tudor. Não deixando descendentes diretos, o trono coube a seu primo Jaime I, que deu início a dinastia dos Stuart e procurou implantar definitivamente o absolutismo na Inglaterra, retirando o poder do Parlamento.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

CINEMA, GEOGRAFIA E SALA DE AULA

Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho - 2006 (ISSN 1678—698X) - www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm
CINEMA, GEOGRAFIA E SALA DE AULA
Rui Ribeiro de Campos1
Resumo
Este artigo contém uma breve análise sobre o emprego de audiovisuais na sala de aula por
parte de professores de Geografia, no qual discute a indústria cinematográfica e enumera
algumas vantagens e problemas de sua utilização e, na seqüência, traz uma lista de filmes por
assunto como sugestões para uso em determinados temas analisados e que compõem o
currículo escolar dos ensinos fundamental e médio.
Palavras-chave: cinema, geografia, sala de aula.
Abstract
Cinema, Geography and Classroom
This paper contains a brief analysis concerning the Geography teacher’s application of
audiovisual resources in their classes, in which discusses the movie industry and list some
advantages and disadvantages of its use. Also brings few movies organized by subject as
suggestion for the use in specific thematic which are taught to elementary and high school
students.
Key Words: cinema, geography, classroom.
Não existe muita novidade em utilizar recursos audiovisuais como recurso didático.
Pode se utilizar de músicas, slides, fotos, poesia, literatura e filmes como ilustração e para
melhor compreensão do conteúdo. É sempre um instrumento para a aprendizagem. O cinema,
enquanto arte, tem a vantagem de poder usar das várias formas de linguagem pelas outras
artes, conseguindo, desta maneira, se comunicar com profundidade e envolvimento. Como em
qualquer arte, o cinema exprime, direta ou indiretamente, os valores do autor do roteiro, do
diretor, da sociedade e do momento histórico no qual foi realizado.
Ele se constitui em uma fonte de cultura e informação. Também é uma indústria, é um
produto, e os produtores nem sempre estão interessados na verdade, o que exige, dada a sua
grande influência, a análise de seu papel e de sua ideologia. No entanto, é um meio de
expressão artística, um importante instrumento de comunicação e, por isso, ignorá-lo como
meio didático-pedagógico pode ser omitir, no processo educativo, uma discussão sobre valores
cuja riqueza somente o cinema pode transmitir. É um recurso que pode ser usado para criar
condições para um conhecimento maior da realidade e para uma reflexão mais profunda. Além
disso, a quantidade cada vez maior de filmes documentários e de investigação científica de boa
qualidade, torna desejável – ou talvez, obrigatória – sua utilização como um instrumento de
complementação e/ou substituição do material pedagógico tradicional.
Mas é necessário ter critério para utilizá-lo e não somente para estar “em dia com a
modernidade”. O filme, quando comum, possui um empecilho: é longo. Não deve ser somente
1 Mestre em Educação, Doutor em Geografia e professor de Epistemologia da Geografia e Geografia Política na Faculdade de
Geografia da PUC-Campinas. ruicampos@puc-campinas.edu.br
Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho - 2006 (ISSN 1678—698X) - www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm 2
para cobrir a falta de assunto ou para suprir a ausência de docentes em sala de aula, como
fazem algumas escolas. Com a carência de docentes, escolas pertencentes a governos pouco
empenhados em contratá-los, colocam o videocassete ou o aparelho de DVD para funcionar.
Não é o filme um substituto de professores e nem o seu uso pode ser aleatório. É algo
importante como um recurso para a aprendizagem e, por isto, deve-se sempre refletir sobre a
sua utilização.
Não deve ser usado como mais uma ilusão, como algo novo, mas que não diz nada, tão
a gosto dos burocratas do ensino que estão ausentes da sala de aula ou que propõem veículos
de pouco serviço e com pouca utilidade para a aprendizagem. As aulas se constituem em
momentos de análises críticas da realidade – e também de locais para sonhar com o mundo
para outro diferente – e, como tais, devem ser pensadas como locais de compreensão – a partir
de um conteúdo rigoroso – e de descobertas de caminhos, inclusive para a superação de
obstáculos à nossa própria atividade.
O cinema pode ser mais útil, na sala de aula, na forma de documentários ou curtas de
ficção. Eles possibilitam, após preparação, passar o filme e discuti-lo durante o período de
uma aula. Não parece muito correto utilizar duas ou três aulas, em dias diferentes, para passar
um filme e somente discuti- lo na outra semana. Neste caso, de acordo com a classe social dos
alunos, é mais importante aconselhá- los a assistir o filme em casa para a análise em sala de
aula. Ou estimular a ação dos Grêmios, para que passem determinados filmes durante a
semana, fora do horário normal das aulas. Além de ser uma atividade importante, realizada
pelos alunos, estimula a permanência por mais tempo na escola, com atividades úteis para o
processo de ensino-aprendizagem.
No cinema sempre se estabelece a noção de espaço e alguns autores procuram
descobrir em filmes a revelação da produção do espaço geográfico na chamada pósmodernidade2.
Apesar de possuir uma capacidade de tratar temas entrelaçados do espaço e do
tempo, apesar da liberdade proporcionada pelo uso serial de imagens – que possibilita cortes,
em qualquer direção, no tempo e no espaço –, o filme possui limites enquanto representação
do espaço, pois se trata de uma projeção em uma tela sem profundidade. Portanto, seu uso
também requer cuidados.
Na tela a vida parece mais próxima de nossa realidade; aliás, o filme sempre traz uma
forte impressão da mesma. É preciso, muitas vezes, demonstrar que normalmente ela não é a
vida e decifrar o seu sentido social. Vivemos atualmente sob a marca do visual.
Nossa vida cotidiana é cada vez mais invadida por uma profusão voraz de imagens. A televisão
que assalta as nossas casas, a propaganda comercial que invade as ruas e, mais recentemente, o
computador que gera uma nova segregação de convivências (de linguagem e tempo-espaço),
espalham imagens visuais nas mais diferentes escalas e nos transferem uma sensação
permanente do esvaziamento da realidade pela ficção representacional. (BARBOSA, 1999, p.
111-112) 3
Existe um problema, pois substitui a experiência pela representação da mesma.
Entretanto, o filme deve ser utilizado para ilustrar a fala do professor? É um reforço de
aprendizagem para os alunos? Constitui-se em motivação para o aluno quanto à disciplina? Ou
é para provocar uma situação de aprendizagem, para alunos e professores, na sala de aula?
Neste último caso, é a imagem a serviço de uma investigação e de crítica sobre a sociedade na
qual vivemos. No entanto, não achamos inócuo o uso como um reforço de aprendizagem. Pode
ser importante em determinados assuntos, notadamente para ilustrar paisagens e fatos
2 Como David Harvey, em A condição da pós-modernidade (São Paulo: Loyola, 1993), principalmente nos filmes Blade
Runner (de Ridley Scott) e Asas do Desejo (de W. Wenders).
3 BARBOSA, Jorge Luiz. Geografia e cinema: em busca de aproximações e do inesperado. In: CARLOS, Ana Fani A. (org.)
A geografia em sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999, p. 109-133.
Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho - 2006 (ISSN 1678—698X) - www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm 3
analisados. Existem situações nas quais a impossibilidade de visitar ou de voltar ao passado
podem ser preenchidas pelo cinema, com os alertas necessários a respeito da paisagem e da
ideologia do diretor.
Lembrar que o fato de uma paisagem ser considerada bela é mais um reflexo de
condicionamentos sócio-culturais. Estas paisagens são também urbanas com, muitas vezes, a
especulação imobiliária se ocupando delas. Além disso, quando o ponto de observação é
alterado, a paisagem muda. Em uma paisagem de uma grande cidade vista do alto de uma
torre, o plano da cidade não é visível, em virtude do elevado número de espaços ocultos.
Certos lugares foram escolhidos como belos pelas agências de turismo. O deslizamento de
escalas é uma das características do olhar sobre a paisagem. As coisas vão ficando cada vez
menores em direção ao horizonte, provocando um efeito de distanciamento.
Se no primeiro plano nós somos abatidos por todas as formas visíveis da miséria, estas não são
mais perceptíveis a uma certa distância, onde se estabelece uma certa ‘harmonia’ de forma e de
cores. A mais abominável das favelas será, a uma certa distância, apenas uma mancha de cor
que se integrará ‘perfeitamente’ na paisagem. [...] A paisagem vista obliquamente de algumas
centenas de metros de altitude torna-se totalmente ordenada e bela. Uma tal fábrica com
fumaças pestilentas, cercada de acumulações de rejeitos nocivos, exibirá, do alto, a lógica de
sua planta, a brancura da cortina de fumaça; [...]. A cidade não tem barulho nem
congestionamentos; os pardieiros ou o luxo dos belos bairros tornam-se uma estrutura bem
organizada. A vista aérea vertical é bem menos impressionante, pois o desaparecimento da
terceira dimensão faz com que não se possa projetar sobre essa carta muda, os impulsos
afetivos que desencadeia a vista das belas paisagens. (LACOSTE, 2003, p. 147)
O filme deve ser inserido naquilo que se pretende trabalhar, em um processo de buscas
de interpretações com base em referências como o saber escolar e o saber do mundo.
Estabelecer mediações sobre as relações entre o encenado e a vida cotidiana, entre a fantasia e
a realidade, entre o que é revelado e o ocultado, e entre o observado e o observador. Nele nem
tudo é completamente verdadeiro e nem completamente falso, o que faz que nenhum filme
seja considerado inocente. A questão é que hoje, para muita gente, a imagem fornecida pelo
cinema é mais significativa do que a fornecida por outros meios. Ou seja: se um filme pode
fazer com que se enxerguem melhor os aspectos da vida, pode também abrir campos de ação
do qual nada se sabia e fornecer aspectos inexistentes de uma vida em um local, interessante
para determinado poder. Por isto, se alguns o consideram uma espécie de arte, outros acham
que o mesmo não passa de uma ideologia, de um negócio vinculado a uma exploração
estrategicamente programada por determinados meios de produção de massa. É uma técnica
ou uma arte? Uma obra ou uma mercadoria? Ou tudo isso? Daí a necessidade de atenção e de
análise.
Em uma análise que não cabe à Geografia, o cinema é um sistema complexo que,
através de tecnologia, iluminação, edição, cenário, direção e outros aspectos, pode contribuir
para a constituição de imagens do mundo. Muitas das realidades evocadas são ausentes,
estando presentes apenas na imaginação, dissolvendo as fronteiras entre o imaginário e o real.
O fato de capturar o espectador, de conduzi- lo pela estrutura narrativa – refeita pelos
espectadores à medida que vão assistindo ao filme – faz, muitas vezes, que a função do sujeito
que observa é a de produzir um ponto de vista sobre o que viu. Nem sempre os objetivos do
diretor são atingidos, sendo os efeitos diversos do pretendido. Daí não ser um filme objetivo;
além da intenção de seus autores, existe também a leitura feita pelos que os assistem, que
chegam a estabelecer relações não existentes na tela ou nas intenções de seus realizadores.
Possibilita entender certos eventos – mas não mudá-los – e pode ser útil para ações futuras.
Por estas razões, ele pode contribuir para superarmos certos aspectos da estrutura em que
vivemos, ou ser mais uma fonte de permanência na situação de alienado, com o perigo de
encarcerar alguns no universo de representações.
Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho - 2006 (ISSN 1678—698X) - www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm 4
Do ponto de vista geográfico, talvez possam ser levantados alguns aspectos úteis para a
observação: a ideologia do autor e do diretor, a visão etnocêntrica, os arquétipos presentes na
figuração, a autenticidade das paisagens e as opções de enquadramento do espaço
representado. Normalmente, os lugares representados nas imagens não são autênticos, a ação
não se passa no lugar aludido pela trama. Belas paisage ns são construídas com o apoio de telas
panorâmicas, locais paradisíacos e florestas são criados em estúdio, sem as marcas produzidas
pela História. Procuram-se características visuais assemelhadas às projetadas para as ações4.
Barbosa (1999, p. 118 em dia nte) chama a atenção para a criação de paisagens-tipo pelo
cinema, notadamente no gênero western, sempre imitada, em lugares sem relação com a
conquista do Oeste dos EUA. Em diversos destes filmes, o Oeste que aparece não é o
histórico; utilizam o sul, o norte ou o nordeste dos EUA – até o sul da Espanha – para refazer o
clima da conquista do Oeste. O importante é a paisagem-tipo, a amplidão horizontal de áreas
planas e de desertos. Nela recriam situações nas quais o original não pode ser encontrado. A
encenação não somente do momento histórico, a paisagem também não é autêntica.
Na paisagem- tipo dos westerns estão tratando de símbolos históricos, de identidade
nacional, dos estadunidenses.
Desertos e planícies não são coisas em si, são expressões que significam, pois carregam a força
mítica da conquista da fronteira no imaginário da sociedade norte-americana. Desertos e
planícies são símbolos da tradição oficial que reiteram o culto ao ‘american dream’, necessário
à reprodução da hegemonia cultural branca e anglo-saxã, em um país de imigrantes das mais
distintas nacionalidades. (BARBOSA, 1999, p. 119)
Existe uma relação entre a Geografia e a ideologia na construção da identidade
nacional estadunidense. Neste caso, a paisagem se transforma em imagem, não é o que se vê e
perde seu significado no âmbito da ciência geográfica.
É fundamental também ver a visão etnocêntrica; a criação cinematográfica é marcada
por estereótipos e clichês para reproduzir concepções que se pretendem homogeneizadoras.
Diversas sociedades são mostradas através de leituras redutoras e reprodutoras de
preconceitos, principalmente aquelas que não partilham os mesmos valores, os mesmos
objetivos do mundo ocidental, a “matriz da civilização”. Indiretamente, são condenados por
não possuírem as características da civilização ocidental e cristã. Ocorre principalmente em
filmes ligados à África, nos quais normalmente aparecem o caçador, o aventureiro, o
colonizador, como heróis solitários, românticos, vivendo em um ambiente misterioso e hostil
que precisa ser domado, que necessita ser “civilizado”. Nestes filmes geralmente aparecem as
florestas densas e fechadas e/ou as grandes e abertas savanas, com os clássicos clichês sobre a
região: animais ferozes, tribos violentas e antropófagas, mulhe res selvagens e de costumes
bizarros, comportamento cooperativo de alguns figurantes e de outros, arredio e violento. Isto
tudo para mostrar o homem branco e de origem européia como a única referência de
inteligência, de racionalidade, de civilização. Na maioria destes filmes o olhar aparentemente
neutro e realístico da câmera toma a posição dos conquistadores. Todos os negros africanos
são tratados como expressões do atraso, da barbárie, como se o continente fosse algo
uniforme. Na construção de uma estrada de ferro, normalmente, não se diz a intenção, qual o
roteiro da mesma, para qual utilidade foi construída. O que lá existe de bom foi colocado pelo
europeu, comprovando que é possível construir uma vida civilizada naquele ambiente
selvagem. Pouco se diz sobre a exclusão das diversas sociedades africanas em seu próprio
território.
4 O norte-canadense tomava o lugar da Sibéria em filmes de espionagem durante a Guerra Fria; o Vietnã pôde ser filmado em
florestas da América Central; e estas situações passam despercebidas para a maioria dos espectadores.
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Aquele que não é ocidental é o outro, o não civilizado. Por isso que a visão é
normalmente etnocêntrica5. Em filmes sobre os árabes, além de sempre terem papéis menores,
as atividades que exercem são exóticas, as mulheres são prostitutas ou dançarinas do ventre, e
sempre aparecem o minarete, os desertos e os camelos. Apresentar os outros como exóticos
desqualifica as diferenças culturais de outras sociedades6. E neste aspecto, cabe observar com
cuidado as imagens de Hollywood sobre o Brasil. O que geralmente aparece são florestas ou
sol, praias, carnaval, favelas e mulheres sensuais. Inventaram um país cenográfico, onde
alguém pode estar em Copacabana e, de repente, estar no Pelo urinho e, em seguida, nas
cataratas de Iguaçu. A beleza tropical aliada a naturalização de determinados estereótipos,
como a malandragem, a permissividade e outras. Não é à toa que o personagem
euro/estadunidense que vem para cá é quase sempre um bandido, um traficante, um golpista,
fugindo do castigo em seu país de origem e que busca abrigo em um território desprovido de
leis. Piora o problema o fato de, muitas vezes, cineastas brasileiros, com o intuito de criar uma
linguagem universal para conquistar os mercados da Europa e dos EUA, incorporarem estas
imagens em seus filmes.
O cinema não é, portanto, um registrador da realidade; é uma construção de códigos,
convenções, mitos e ideologias da cultura de quem os realiza. Diversas vezes faz parte de uma
estratégia de dominação, de divulgação de estilos de vida e de concepções de mundo, para
modificar a identidade cultural de determinada nação. Existe, muitas vezes, para atuar sobre
determinada tradição cultural, para modificar corações e mentes, para que pensem e ajam de
modo diferente. Além de subjetivo, não é uma construção isolada do sistema sócio-cultural do
qual se origina. Há, inclusive, coisas pouco perceptíveis, como o jogo de planos e de
enquadramentos (alto/baixo, perto/longe, vertical/horizontal), cujas seqüências são criadas
para se constituir em significações nas quais os personagens transmitem sensações de angústia,
de solidão7.
Atualmente, em virtude do desenvolvimento dos meios de comunicação, existe uma
grande massa de informações que chega contínua e rapidamente; e é preciso formar um juízo
crítico sobre ela. No entanto, em razão da exígua carga horária de Geografia, é difícil a
inclusão de filmes normais no conteúdo programático e os mesmos serem objeto de análises
profundas. Entretanto, is to não significa uma diminuição da importância de seu emprego e
nem de sua utilização como distração. Daí a sugestão de que alunos procurem assistir aos
filmes recomendados, em pequenos grupos, inclusive na residência de um deles, com
discussões posteriores sobre, por exemplo, a problemática principal e sobre a relação com o
conteúdo estudado em sala de aula.
Há necessidade de se trabalhar com a imagem cinematográfica, de incluí-la em
planejamento, mas também é preciso ter como foco criar condições para que se estabeleça uma
visão crítica sobre a sociedade do espetáculo, sobre a visão etnocêntrica e ideológica8, sobre o
papel de muitos filmes. A lista que se está oferecendo a seguir se constitui somente de
5 Mesmo filmes como Lawrence da Arábia (1962; direção de D. Lean), apesar das belas apresentações das paisagens dos
desertos, os árabes são coadjuvantes do herói – um jovem tenente britânico – na luta contra o domínio territorial turco
otomano. Eram eles aliados do Império Britânico, mas um povo rude, violento, com disputas mesquinhas. Como nômades,
estavam impossibilitados de criar um Estado-Nação, como o modelo europeu. Eram capazes, apesar de atrasados, de alcançar
alguns valores nobres, talvez com exceção de pilhar violentamente os vencidos como fizeram muitos ingleses.
6 Um filme diferente neste aspecto é o documentário Powaqqatsi (de G. Reggio), no qual imagens e sons reconstroem a
diversidade cultural e social do mundo.
7 Nos gêneros melodramáticos e policiais de matriz estadunidense nas décadas de 40 e 50, as pontes tinham, por exemplo, um
papel definido: em cima delas, o lugar de encontros/reencontros românticos, de perdão; debaixo delas, mortes, assassinatos,
crimes, traições etc. Em cima, o bem; debaixo, o mal. Hoje são mais os arranha-céus, expressões da grandiosidade da
civilização estadunidense, os lugares onde tudo acontece. Quando são sobre homens de negócios, seus escritórios têm janelas
com uma vista panorâmica, deixando representar também o poder do dinheiro na sociedade atual. Aliás, pessoas ruins que
tentam subir ao topo destes arranha-céus são geralmente atiradas para o lugar de onde não deveriam ter saído: a superfície.
8 O italiano Benito Mussolini, em 1937, inaugurou a Cinecittá (conjunto de estúdios para o cinema em Roma) para que
difundisse a Itália fascista pelo mundo; disse, naquele momento: “La cinematografia è l’arma piu forte.” (BARBOSA, 1999,
p. 132)
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sugestões para determinados assuntos nos quais o professor de Geografia pode se interessar;
existem muitos filmes não incluídos aqui. É somente para difundir uma idéia e possibilitar que
mais gente pense no assunto ou que, pelo menos, mais pessoas tenham algumas indicações
para um lazer de aprendizado.
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Onde procurar
Ø Há uma difusão de documentários, principalmente a partir da tv a cabo ou por satélite,
oferecendo diversidade de filmes, além de canais específicos que tratam de questões
históricas, sobre tempo e clima, sobre viagens e outros.
Ø Na Internet existem páginas para consulta de filmes, com bancos de dados sobre cinema,
como: www.imdb.com (em inglês), www.adorocinema.com.br,
www.curtaocurta.com.br e www.vervideo.com.br
SUGESTÕES DE FILMES
· Sobre fenômenos geológicos e relação com a natureza:
? As forças da Terra (Born of Fire, 1983, EUA, direção: Thomas Skinner e Dennis Kane) –
Sobre abalos sísmicos. Uma produção da National Geographic que explica porque certas
regiões são mais sujeitas a terremotos e erupções vulcânicas, e de como fica a paisagem
destas regiões.
? Dersu Uzala (Dersu Uzala; 1975; URSS/Japão, direção: Akira Kurosawa) – A relação do
homem com a natureza. No fim do século XIX, um cartógrafo russo recebe a incumbência
de realizar um mapeamento de áreas da Sibéria; ali conhece um caçador mongol e se
tornam amigos.
? Chuva Negra (Black Rain, 1989; EUA, direção: Ridley Scott) – Sobre o Japão e a
poluição ambiental. A viagem de um policial que vai a Osaka entregar um condenado. Foi
considerado como uma resposta dos EUA à invasão de produtos japoneses.
? O inglês, o homem que subiu a colina e desceu a montanha (The englishman who went
up a hill but came down a mountain; 1995; Grã Bretanha, direção: Christopher Monge) –
Durante o período da primeira guerra, topógrafo inglês realiza medições no País de Gales e
decepciona uma pequena comunidade por constatar que sua maior elevação, identidade dos
galeses, não será incluída no primeiro mapeamento geral da Grã Bretanha. Pode ser
utilizado para mostrar a importância dos geossímbolos. É importante para quem gosta de
ver aspectos cartográficos.
q As montanhas da Lua. (Mountains of the moom; 1990, Grã Bretanha, direção: Bob
Rafelson) – Refere-se à expedição de busca às nascentes do Rio Nilo, capitaneada por
Richard F. Burton e John Hanning Speke, a serviço da Companhia das índias Ocidentais, na
segunda metade do século XIX.
q Himalaia. (Himalaia, l’enfance d’un chef; 2004, França/Inglaterra/Suíça/Nepal, direção:
Roger Mills) – Cotidiano e conflitos de moradores de uma aldeia no Himalaia. O diretor foi
fotógrafo da National Geographic e o filme selecionado para o Oscar de filme estrangeiro.
Estudos Geográficos, Rio Claro, 4(1): 1-22, Junho - 2006 (ISSN 1678—698X) - www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm 7
q Os lobos nunca choram (Never Cry Wolf; 1983, EUA, direção: Carrol Ballard) –
Naturalista canadense vai ao Ártico para estudar a vida de um tipo de lobo. Baseado em
fatos reais de Farley Mowat.
q Volcano, a Fúria (Volcano, 1997, EUA, direção: Mick Jackson) – Um estranho fenômeno
faz com que um vulcão antes inativo entre em erupção em Los Angeles. Interessante para,
inclusive, mostrar o que não é possível de ocorrer.
q O dia depois de amanhã (The day after tomorrow; 2004, EUA, direção: Roland
Emmerich) – Atitudes que provocaram, por exemplo, o aquecimento global e outras
modificações ambientais, geram uma onda de catástrofes que irá modificar a vida na Terra.
Útil também para analisar algumas impossibilidades colocadas no filme.
q Koyaanisqatsi – uma vida fora de equilíbrio (Koyaanisqatsi, life out of balance; 1983,
EUA, direção: Godfrey Reggio) – Um documentário de sons e imagens – sem diálogos –
que contrasta a beleza da natureza com o frenesi da sociedade urbana.
· Sobre Colonialismo e Descolonização:
? Queimada (Quemada ou Burn!; 1969, Itália/França, direção: Gillo Pontecorvo) – Sobre
neocolonialismo. Um filme importante para se entender como as nações agem para
“libertar” um país para dominá- lo.
? O atentado (Attentat; 1972, França, direção: Yves Boisset) – Sobre a história de um líder
socialista argelino (Ben Barka) que participou da luta pela independência de seu país. Narra
seu seqüestro e assassinato em Paris em 1965.
? Passagem para a Índia (Passage to Índia; 1984, Inglaterra, direção: David Lean) – A
colonização inglesa na Índia, retratada através de uma jovem que sofreu um estupro e o
principal suspeito, um amigo indiano.
? Gandhi (Gandhi; 1982, Inglaterra, direção: Richard Attenborough) – Sobre a vida de
Gandhi e a colonização inglesa na Índia, até a independência da mesma.
? A Batalha de Argel (Battaglia di Algeri; 1965, Itália/Argélia, direção: Gillo Pontecorvo)
– Procura reconstituir, em forma de documentário, a luta da Argélia em sua luta pela
independência da França entre os anos 1954 e 1962.
? Entre dois amores (Out of África; 1985, EUA, direção: Sydney Pollack) – Sobre a
colonização inglesa na África, com base em livros autobiográficos de Karen Blixen.
Recordações de sua juventude passada em fazenda africana.
· Sobre a Rússia e/ou URSS, Revolução Russa e Socialismo:
? O Encouraçado Potemkin (Bronenosets Potymkin, 1925, Rússia; direção: Sergei
Eisenstein) – Relata o levante de marinheiros quando lhes foi servida carne podre e que
acabou por originar a Revolução Russa de 1917.
? Outubro (Oktyiabre; 1928, URSS, direção: Sergei Eisenstein e Grigori Alexandrov, em
comemoração ao 10º aniversário da Revolução de Outubro) – Reconstitui a Revolução
Bolchevique de 1917, inclusive com os massacres nas manifestações públicas, a queda do
czarismo, a união das frentes, a volta de Lenine do exílio. Inspirado no livro do
estadunidense John Reed: Os dez dias que abalaram o mundo.
? Reds (Reds; 1981, EUA, direção: de Warren Beatty) – Narra a trajetória do escritorjornalista
estadunidense John Reed e sua mulher Louise, em meio à Revolução Russa,
lutando ao lado dos revoltosos. Filme baseado na obra de Reed, chamada Os dez dias que
abalaram o mundo.
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? Rosa de Luxemburgo (Rosa Luxemburg; 1986, Alemanha, direção: Margarethe Von
Trotta) – Biografia da militante e teórica marxista, uma judia polonesa que liderou um
movimento na Alemanha no começo do século XX e morreu assassinada em 1919.
? Adeus Lênin (Good Bye, Lenin!; 2003; Alemanha; direção: Wolfgang Becker) – Conta,
com humor, a história de uma família que vivia na República Democrática Alemã durante a
queda do Muro de Berlim. A mãe sofre um enfarte, fica meses em coma e, quando acorda,
o filho faz de tudo para que ela não perceba o fim da divisão, pois ela não pode sofrer
emoção.
? Doutor Jivago (Doctor Zhivago; 1965, EUA, direção: David Lean) – Durante a revolução
e a guerra civil na Rússia Bolchevique, um médico e poeta burguês procura manter seus
ideais liberais e se apaixonou pela esposa de um líder político e militar bolchevique.
? Stalin (Stalin; 1992, EUA/Hungria, direção: Ivan Passer) – Uma superprodução dos EUA,
rodada no Kremlin, a respeito de Stalin, desde a abdicação do czar em 1917 até a sua morte
em 1953. A história é narrada segundo o ponto de vista de sua filha Svetlana.
? O círculo do poder (The inner circle. 1991, EUA, direção: Andrei Konchalovsky) – Na
década de 30, funcionário de cinema, é chamado para ser projetista de Stalin e integrará o
circulo do poder.
· Sobre a Revolução Industrial e o processo de industrialização:
? Tempos Modernos (Modern Times; 1936, EUA, direção: Charles Chaplin) – Durante a
Depressão de 30, Carlitos trabalha em uma grande indústria e se torna líder de uma greve
por acaso. Mostra as conseqüências da modernização, a condição desumana do0
trabalhador, a extração da mais-valia. Uma crítica à industrialização selvagem e ao descaso
com os operários.
? Os chapeleiros (1983, Brasil, direção: Adrian Cooper) – Um curta metragem filmado em
Campinas (SP), sobre o sistema de produção industrial. Trata do trabalhador no interior de
um sistema opressivo.
? Os Companheiros (I Compagni; 1963, Itália, direção: Mario Monicelli) – A respeito da
Revolução Industrial. Um professor e sindicalista organiza, devagar, um pequeno grupo de
operários que deseja uma nova sociedade. Procura descrever as primeiras tentativas de
afirmação do socialismo no final do século XIX.
? Tucker – um homem e seu sonho (Tucker – the man and his dream; EUA, 1988, direção:
Francis Ford Coppola) – Crítica ao capitalismo monopolista, dominado por cartéis que
inviabilizam a concorrência. Baseado na história real do inventor Preston Tucker que, em
1948, construiu um carro, provocando a ira das “três grandes” (GM, Ford e Chrysler).
Importante para discutir capitalismo monopolista, cartelização, livre concorrência etc.
· Sobre relação de poder:
? Cidadão Kane (Citizen Kane; 1941, EUA, direção: Orson Welles) – Clássico do cinema
inspirado na vida de William Randolph Hearst, um magnata da imprensa. Visão a respeito
do poder de manipulação da opinião pública.
? O grande ditador (The Great Dictator; 1940, EUA, direção: Charles Chaplin) – Paródia
sobre Hitler e o nazismo ou uma sátira sobre as ditaduras nazi- fascistas. Conta a história de
um pobre barbeiro que é confundido com o ditador Adenoid Hynkel, da Tomânia. Foi o
primeiro filme totalmente falado de Chaplin.
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? 1984, de Orwell (1984; 1984, Inglaterra, direção: Michael Radford) – A respeito do
totalitarismo. Em um país totalitário, no qual o Estado controla todos os gestos das pessoas,
um simples funcionário se apaixona, tenta enfrentar a repressão mas é esmagado pelo
sistema.
? Brazil, o filme (Brazil; 1985, Inglaterra, direção: Terry Gilliam) – Também sobre a visão
totalitária do futuro.Um funcionário público tenta realizar seus sonhos. Um humor irônico e
crítico.
? O homem de Kiev (The Fixer; 1968, Canadá) – A conscientização a partir da perseguição
política.
? O Expresso da Meia-Noite (Midnight Express; 1978, EUA, direção: Alan Parker) – Sobre
a ditadura e o sistema prisional na Turquia. Um jovem estadunidense é pego com haxixe
em Istambul ao tentar voltar para os EUA. Violência, tortura e interrogatórios cruéis.
? O homem Elefante (The Elefant Man; 1980, EUA, direção: David Lynch) – Um jovem
deformado é explorado por um empresário como atração circense e encontra ajuda e
dignidade com um médico.
? Muito além do jardim (Being There, 1979, direção: Hal Ashby) – Sobre o poder da
televisão. Um jardineiro que passou parte da vida assistindo TV, somente repete frases que
ouviu na TV e é descoberto por um político.
? Rede de Intrigas (Network, 1976, EUA, direção: Sidney Lumet) – Uma sarcástica crônica
aos bastidores da TV. Um veterano comentarista, prestes a ser despedido, resolve adotar
posturas mais radicais.
? Um estranho no ninho (One Flew Over the Cuckoo’s Nest; 1975, EUA, direção: Milos
Forman) – Um desajustado vai preso por estupro, finge-se de louco e é transferido para um
hospício. Uma parábola sobre as engrenagens do poder e da marginalização.
· Sobre relações de trabalho e sindicalismo:
? A classe operária vai ao paraíso (La Classe Operaria Va in Paradiso; 1971, Itália,
direção: Elio Petri) – Sobre relações de trabalho na Itália dos anos 70. Uma radiografia de
um operário dividido entre a sociedade de consumo e as convocações da esquerda.
? Eles não usam Black-Tie (1981, Brasil, direção: Leon Hirszman) – Baseado em um texto
teatral de Gianfranceso Guarnieri, narra o fato de um filho de sindicalista não querer entrar
numa greve em razão de sua namorada estar grávida. Trata do sindicalismo em anos difíceis
para o movimento operário.
? Norma Rae (Norma Rae; 1979, EUA, direção: Martin Ritt) – Sobre as dificuldades do
mundo sindical nos EUA. Narra a trajetória de uma operária têxtil no sul do país que se
torna líder dos trabalhadores.
· Sobre o apartheid na África do Sul e África em geral:
? Um grito de liberdade (Cry Freedom; 1987, Inglaterra, direção: Richard Attenborouh) –
Retrato da política do apartheid na África do Sul. Baseado nos livros Biko e Asking, do
jornalista Donald Woods. Mostra a situação dos negros, a amizade e o assassinato de Steve
Biko, um líder sul-africano.
? Sarafina – o som da liberdade (Sarafina; 1993, África do Sul, direção: Darrel Roodt) –
História que aborda aspectos de um subúrbio negro durante o período do apartheid na
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África do Sul. Uma professora ensina seus alunos a lutarem por seus direitos em pleno
regime do apartheid.
? No coração da África (Mister Johnson; 2003, EUA, direção: Bruce Beresford) – Na
Nigéria, nos anos de 1920, africano procura sua integração à cultura britânica, conflitando
com a comunidade e com a própria estrutura colonialista.
· Sobre o Oriente Médio :
? Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia; 1962, Inglaterra, direção: David Lean) –
História da atuação de um inglês (T. E. Lawrence) que se encantou com o mundo árabe e
passou a comandar tropas árabes, em sua luta contra o império turco durante a Iª Guerra
Mundial.
? The Chosen (A escolha) (The Chosen; 1981, EUA, direção: Jeremy Paul) – Dois amigos,
um judeu ortodoxo e um liberal, que vivem no bairro do Brooklin em New York, discutem
sobre suas divergências religiosas, suas visões de mundo, a questão dos judeus nos EUA e a
existência de Israel.
? Hanna K (Hanna K; 1983, França, direção: Constantin Costa-Gravas) – Os problemas
entre judeus e palestinos transportados para um tribunal. Uma advogada dividida entre o
ex- marido israelense e a defesa de um palestino considerado terrorista.
? Exodus (Exodus; 1960, EUA, direção: Otto Preminger) – Um romance entre um líder da
resistência judaica e uma enfermeira estadunidense não-judia, durante o processo de criação
de Israel. Baseado em livro homônimo de Leon Uris.
? O embaixador (Ambassador; 1984, EUA, direção: J. Lee Thompson) – Relaciona-se com
os conflitos entre árabes e israelenses no Oriente Próximo durante os anos 70. Um
embaixador estadunidense tenta negociar com a OLP.
? Golda (Woman Called Golda, 1982, EUA, direção: Alan Gibson) – Uma espécie de
biografia da mulher que foi primeira-ministra de Israel. Filme feito para a TV, o último
trabalho de Ingr id Bergman.
? A garota do tambor (Little Drummer Girl, 1984, EUA, direção: George Roy Hill) – O
filme relata conflitos entre judeus e palestinos a partir dos anos 1950. Na trama, uma atriz é
convocada pelo serviço secreto israelense para ajudar na captura de uma pessoa
considerada terrorista.
? Filhos do ódio (Children of a Rage, 1977, Israel, direção: Arthur Allan Seidelman) – A
respeito da convivência entre israelenses e palestinos. Após a morte do irmão em luta
contra as tropas israelenses, um jovem palestino se engaja na luta armada em busca de
vingança.
· Sobre os conflitos na Irlanda do Norte:
q Prece para um Condenado (A Prayer for the Dying; 1987, Inglaterra, direção: Mike
Rodges) – Um ativista do IRA comete um erro fatal durante um atentado, foge para a
Inglaterra e é perseguido por ex-companheiros, polícia e Máfia local.
q A filha de Ryan (Ryan’s Daughter; 1970; Inglaterra, direção: David Lean) – Retrata a
presença britânica na Irlanda na década de 1920, a resistência dos irlandeses e uma história
de amor entre uma irlandesa e um inglês.
? Michael Collins – O preço da liberdade (Michael Collins; 1996, EUA, direção: Neil
Jordan) – Em 1916, um confronto entre os rebeldes irlandeses e as tropas do governo
britânico (que dominava por quase 700 anos a Irlanda) resultou na vitória do Governo. Um
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dos que sobreviveram foi Michael Collins e este começou a usar táticas diferentes de luta
contra a Inglaterra.
? Em nome do pai (In the Name of the Father; 1993, Irlanda/Inglaterra/EUA, direção: Jim
Sheridan) – Um jovem irlandês é preso na companhia de três amigos e condenado por um
atentado feito pelo IRA. Refere-se ao caso verídico conhecido como os Quatro de Guilford.
Uma denúncia dos abusos cometidos pelo governo britânico.
? O lutador (The Boxer, 1997, Irlanda/Inglaterra, direção: Jim Sheridan) – Um lutador de
boxe, condenado, quando volta à liberdade em Belfast se vê às voltas com a tradição, o
antigo amor, as ações do IRA. Uma reflexão sobre as pessoas envolvidas no conflito de
Ulster.
· Sobre regimes políticos:
? Z (Z; 1969, França, direção: Costa-Gravas) – O filme se passa durante a ditadura militar
dos coronéis (de direita) na Grécia; analisa aspectos relativos ao autoritarismo. Um
magistrado e um jornalista investigam, de modo separado, o assassinato de um político.
Foi, durante um certo período, proibido no Brasil.
? A confissão (direção: Costa-Gravas) – A ação do filme se passa na Tchecoslováquia e
analisa as posturas autoritárias do governo dito de esquerda durante os anos 60.
? Quando papai saiu em viagem de negócios (Otac na Sluzbenom Putu; 1985, Iugoslávia,
direção: Emir Kusturica) – Mostra a vida na ex-Iugoslávia no início dos anos 60,
destacando aspectos de falta de participação política democrática e de ataques à liberdade
individual. Um pai de família desaparece e a seu filho foi dito que partiu em uma viagem de
negócios.
? Táxi Blues (Táxi Blues; 1990, URSS/França, direção: Pavel Lounguine) – História de um
motorista de táxi e de um saxofonista bêbado (que o engana no pagamento da corrida), em
Moscou, durante a Perestroika.
? Missing – O Desaparecido (Missing; 1982, EUA, direção: Costa-Gavras) – Mostra a luta
de um estadunidense em busca de seu filho desaparecido por ocasião da instalação, em
1973, da ditadura no Chile, através de um golpe militar. Foi baseado em fatos reais.
? Pra frente Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) – Sobre a repressão no Brasil
durante a ditadura militar. O filme se passa durante a Copa do Mundo de futebol, em 1970,
no governo Médici. Um cidadão comum é confundido com um guerrilheiro, é preso e
torturado.
? Gritos do Silêncio (The Killing Fields, 1984, Inglaterra, direção: Rolland Joffé) – Sobre o
regime do Khmer Vermelho no Camboja. Relata a amizade entre um jornalista
estadunidense e um fotógrafo cambojano, que é preso em um campo de concentração.
Baseado em fatos vividos em 1973 pelo repórter Sidney Schanberg.
· Sobre migrações ou fuga de população:
? Praia dos Sonhos. (Turtle Beach; 1992, Austrália, direção: Stephen Wallace) – Malásia,
onde fotógrafa ocidental procura registrar o sofrimento do ‘boat people’.
? A viagem da esperança (Reise der Hoffnung; 1990, Suíça/Turquia/Grã Bretanha, direção:
Xavier Koller) – Migrantes turcos que buscam chegar à Suíça utilizando rede de apoio para
ilegais.
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· Sobre migrações brasileiras:
? Gaijin – Os caminhos da liberdade (1980, Brasil, direção: Tizuka Yamazaki) – Sobre a
vinda de imigrantes japoneses para o trabalho nas fazendas de café no interior do estado de
São Paulo. Por meio de uma história de amor (entre uma imigrante japonesa e um imigrante
italiano), aborda a condição de vida destes colonos e a relação dos colonos japoneses com
italianos e nordestinos.
? Bye, Bye, Brasil (1979, Brasil, direção: Carlos Diegues) – Andanças por parte do território
nacional de um grupo de atores mambembes nordestinos, que vai seguindo os caminhos da
penetração econômica pelo interior do país (principalmente Norte e Centro-Oeste) para se
fixar em uma cidade–satélite nos arredores de Brasília.
? A marvada carne (1985, Brasil, direção: André Klotze l) – (adaptação da peça de Carlos
Alberto Soffredini) Retrata a vida caipira (as relações sociais, a agricultura de subsistência
etc) através do casamento de um caipira com uma moça que teria como dote um boi
inexistente. O que o caipira mais deseja é come r carne de boi e esta foi uma das formas de
fazê-lo casar. Como é um desejo de anos, ele resolve migrar para a cidade grande para
satisfazê-lo. O filme também mostra os problemas de adaptação em uma cidade como São
Paulo.
? Vidas Secas (1963, Brasil, direção: Nelson Pereira dos Santos) – (do romance de
Graciliano Ramos) Narra a história de uma família de retirantes nordestinos que foge da
Seca. Bastante fiel ao livro, mostra a caminhada sempre em busca de um local para ficar.
Existe o período de tempo bom – no qual a família permanece em uma fazenda – até a
estiagem, a ausência de inverno, quando ela se põe a caminho novamente.
? Libertários (1976, Brasil, direção: Lauro Escorel Filho) – Um curta-metragem brasileiro
sobre o papel do anarquismo no início do movimento operário, em São Paulo, no início do
século XX. Um levantamento de um período significativo da história do movimento
operário.
? Vida e sangue de Polaco (1982, Brasil, direção: Sylvio Back) – Um média metragem
nacional, que trata da imigração polone sa no início do século XX. Feito através de
lembranças dos filhos, possui momentos emocionais de um povo orgulhoso de suas origens.
? Macunaíma (1969, Brasil, direção: Joaquim Pedro de Andrade) – Com base em livro
homônimo de Mário de Andrade, uma alegoria a respeito do Brasil. Um menino negro,
nascido em uma tribo na Amazônia, habituado a ingênuas malandragens, sai em busca de
uma medalha de sorte e, já adulto e branco, chega a São Paulo, com um comportamento de
um herói preguiçoso e sem caráter.
? O homem que virou suco (1980, Brasil, direção: João Batista de Andrade) – Trata sobre
migração e marginalidade urbana no Brasil no período. Um cantor de cordel é confundido
pela polícia com um operário que esfaqueou o patrão.
? Central do Brasil (1998, Brasil, direção: Walter Salles Jr.) – Mulher que escreve cartas
para quem não sabe na estação da Central do Brasil no Rio de Janeiro, ajuda menino a
encontrar o pai no interior do Nordeste.
? Deus e o diabo na Terra do Sol (1964, Brasil, direção: Glauber Rocha) – Trata do
Nordeste, do messianismo e do cangaço. Um casal de camponeses mata o patrão, une-se a
um místico, depois ao cangaceiro Corisco e enfrenta um matador de cangaceiros (Antonio
das Mortes). Um dos filmes mais representativos do Cinema Novo e de Glauber.
· Sobre conflitos internos no Brasil:
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? Contestado – a guerra desconhecida (1986, Brasil, direção: Enio Staub) – Média
metragem nacional sobre este conflito no sul do país. Entrevistas, filmes e fotografias do
período do conflito, ocorrido em Santa Catarina, no início do século XX.
? Xica da Silva (1976, Brasil, direção: Carlos Diegues) – Uma tentativa de retratar a
sociedade em Minas Gerais durante o período áureo da mineração. No século XVIII, em
Diamantina, um fidalgo português se apaixona por uma escrava e a transforma em uma
dama.
? Guerra do Brasil (1987, Brasil, direção: Sylvio Back) – Sobre a participação brasileira na
Guerra do Paraguai (1864-70). Esta guerra envolveu Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai
e matou, aproximadamente, um milhão de pessoas. Entrevistas, cenas documentais e de
ficção, material iconográfico etc.
? Guerra de Canudos (1997, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Com inspiração em Os
Sertões, de Euclides da Cunha, relembra de modo ficcional as batalhas que ocorreram no
final do século XIX em Canudos, no sertão baiano.
? O país dos Tenentes (1987, Brasil, direção: João Batista de Andrade) – A respeito do
movimento tenentista no Brasil. Um militar reformado recorda sua participação em
momentos históricos do país, como o movimento tenentista e o golpe de 1964.
? A Revolução de 30 (1980, Brasil, direção: Sylvio Back) – Colagem de mais de 30
documentários, filmes, fotografias e outros, mostrando os antecedentes, o desenrolar e as
conseqüências deste golpe.
? Parahyba Mulher Macho (1983, Brasil, direção: Tizuka Yamazaki) – Sobre Anayde
Beiriz, amante do assassino do governador da Paraíba (João Pessoa), no processo que
resultou na Revolução de 30.
? Getúlio Vargas (1974, Brasil, direção: Ana Carolina) – Cotidiano do Brasil entre as
décadas de 30 e 50, com fatos importantes como a participação da FEB na Itália, o suicídio
de Getúlio e outros.
? Memórias do Cárcere (1984, Brasil, direção: Nelson Pereira dos Santos) – Com base em
livros de Graciliano Ramos, retrata o período do Estado Novo, quando Graciliano foi
retirado das Alagoas e preso na Ilha Grande, no Rio de Janeiro.
? O homem da Capa Preta (1986, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – A respeito da vida do
líder da Baixada Fluminense, Tenório Cavalcanti, que aparecia em público portando uma
metralhadora. Reconstituição de um período da política brasileira.
? Os Anos JK, uma trajetória política (1980, Brasil, direção: Sílvio Tendler) – Nossa
história política, de 1945 até os anos 70, analisando a ascensão e o ostracismo a que o golpe
de 1964 submeteu Juscelino Kubitschek.
? Jânio a 24 quadros (1981, Brasil, direção: Luiz Alberto Ferreira) – A vida política do expresidente
mas com pouca profundidade na análise histórica.
? Jango (1984, Brasil, direção: Sílvio Tendler) – Coletânea de filmes, fotos, documentários
e entrevistas sobre a carreira política de João Goulart. Do tempo em que era Ministro do
Trabalho de Vargas à sua morte no exílio.
? Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) – Sobre a ditadura militar
brasileira nos anos 1970. Um cidadão comum é tomado por guerrilheiro, é preso e
torturado. Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a repressão para-militar
do período.
? Lamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre o militar e guerrilheiro Carlos
Lamarca (1937-71) que, em 1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária,
abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco guerrilheiro no Vale do Ribeira
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(SP). Em 1970 comandou o seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi morto em
17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia.
? Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção: Eduardo Coutinho) – O diretor
rodava um filme sobre o Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964. Retomou o
projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares e entrevistando as mesmas pessoas, para
verificar o que tinha ocorrido com elas.
? Pixote – A lei do mais fraco (1980, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre menores
abandonados no Brasil no período após 64. Menores fogem de um reformatório e passam a
viver com uma prostituta. Um retrato dos menores abandonados das grandes cidades
brasileiras.
? Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre a tortura no país.
Registro das experiências de oito ex-prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram
durante a ditadura militar.
? Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre
um marginal consciente que, pouco antes de morrer, revelou certos aspectos da corrupção
policial. Trata da história de um bandido que exerceu um certo fascínio sobre faixas da
população carioca nos anos 70.
? Amazônia em Chamas (The Burning Season; 1994, EUA, direção: John Frankenheimer)
– Uma visão de Hollywood sobre fatos que marcaram a vida de Chico Mendes (1944-88), o
famoso sindicalista e ambientalista de Xapuri (AC).
· Sobre o Brasil em geral:
? Sete Quedas (1980, Brasil, direção: Sílvio Back) – Curta metragem sobre a cachoeira
extinta por Itaipu. Uma das últimas imagens desta cachoeira, é um dos libelos contra a
agressão à natureza em nome do progresso. Tem um valor como memória ecológica.
? A Araucária: memória da extinção (1981, Brasil, direção: Sílvio Back) – Um curta
metragem sobre a importância da Araucária angustifolia e a história de seu
desaparecimento em razão de incêndios, desmatamento irracional e ações predatórias.
? Narradores de Javé . (2003, Brasil, direção: Eliana Caffé e Luis Alberto Abreu) – Uma
pequena cidade, no interior da Bahia, deve ser inundada para formação de uma represa. As
obras não serão realizadas caso a cidade possua algum patrimônio cultural importante. Os
moradores deverão, desta forma, recuperar a memória do lugar.
· Sobre a América Central:
q Sob fogo cerrado (Under fire; 1983, EUA, direção: Roger Spottiswoode) – Com base em
fatos reais, enfoca os momentos finais da ditadura Somoza na Nicarágua em 1979.
Jornalistas norte-americanos acompanham os conflitos entre o governo e as forças
sandinistas. Por isso, também discute o papel da imprensa neste tipo de conflito.
? Bananas (Bananas; 1971, EUA, direção: Woody Allen) – Comédia com Allen que satiriza
os revolucionários e os ditadores de países da América Latina. Piloto de testes em
eletrônica, vai para um país da América Latina, torna-se líder de revolução e enfrenta
situações inusitadas.
? Walker: uma aventura na Nicarágua (Walker; 1988, EUA, direção: Alex Cox) – Mostra
o expansionismo dos EUA na América Central no século XIX, quando um médico,
advogado e jornalista estadunidense comanda um exército de mercenários a mando de um
magnata e se faz eleger presidente da Nicarágua.
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? El Salvador: o martírio de um povo (Salvador; 1986, EUA, direção: Oliver Stone) – A
experiência de um jornalista (Richard Boyle) nos EUA durante a guerra civil em El
Salvador em 1980/81. Bastante fiel aos fatos, mostrando como o povo era tratado pelo
regime militar do país. Permite discutir o papel das elites terceiro-mundistas na manutenção
do atraso econômico, político e social.
· Sobre a América do Sul:
? Aguirre, a cólera do deuses (Aguirre, der Zorn Gottes; 1972, Alemanha, direção: dir:
Werner Herzog) – A história da expedição de Pizarro à Amazônia em 1560, em busca de
Eldorado.
? República Guarani (1982, Brasil, direção: Sylvio Back) – A respeito da Missões
jesuíticas, no período entre 1610 e 1767. Relata a história da chamada, por alguns,
República Comunista-Cristã dos Guaranis (150 mil pessoas), formada por missões
implantadas em Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
? A missão (The Mission; 1982, Inglaterra, direção: Roland Joffé) – A respeito da
colonização dos jesuítas no sul da América do Sul. Um missionário espanhol vem com a
finalidade de construir uma missão e procura defender a região das constantes agressões.
Retrata a guerra de portugueses e espanhóis contra jesuítas que catequizavam índios dos
Sete Povos da Missão, no século XVIII.
? O salário do medo (Le Salaire de la Peur; 1953, França/Itália, direção: Henri-Georges
Clouzot) – Quatro homens levam explosivos por precárias estradas da América Central.
Retrato da desesperança de imigrantes europeus diante das precárias condições de
Honduras, ao lado do imperialismo estadunidense na explotação dos recursos naturais de
países pobres.
? Viva Zapata (Viva Zapata; 1952, EUA, direção: Elia Kazan) – Um grupo de lavradores
vai até o presidente do México afirmando que suas terras foram roubadas; entre eles,
Emiliano Zapata, que se torna guerrilheiro e tem uma grande importância na vida política
do México.
? Missing – O Desaparecido (Missing; 1982, EUA, direção: Costa-Gravas) – A respeito do
golpe de Pinochet no Chile em 1973; a procura de um pai estadunidense por seu filho.
Baseado em fatos reais, mostra esta tragédia latino-americana e o dedo dos EUA na morte
de Salvador Allende.
? Chove sobre Santiago (Pleut sur Santiago; 1975, França/Bulgária, direção: Helvio Soto)
– Também sobre o golpe no Chile em 11 de setembro de 1973, quando um golpe militar
derrubou Salvador Allende. O diretor é um exilado chileno que rodou o filme na Bulgária e
a trilha sonora de Astor Piazzola.
? A História Oficial (La Historia Oficial; 1985, Argentina, direção: Luis Puenzo) – A
respeito de governos militares argentinos e os desaparecidos em razão da repressão. Em
1983, um casal vive tranqüilo em Buenos Aires com a filha adotiva, até a chegada de uma
amiga exilada. Através da adoção de uma criança, mostra os horrores do regime militar.
Denúncia sobre os desaparecimentos ocorridos durante a ditadura militar Argentina.
? Estado de Sítio (Etat de Siège; 1973, França, direção: Costa-Gravas) – Sobre o
movimento guerrilheiro uruguaio Tupamaros. Uma mistura de diplomata-policial-espião
(Dan Mitrione – esteve no Brasil e chegou a ser indicado para nome de rua em Belo
Horizonte) vem à América Latina ensinar técnicas de perseguição e tortura contra
opositores dos regimes militares. Seu seqüestro e morte pelos Tupamaros é o fato que traz
outros elementos ao filme.
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· Situação dos EUA e perseguição política no país:
? Sacco e Vanzetti (Sacco e Vanzetti; 1971, Itália, direção: Giuliano Montaldo) – Sobre o
julgamento de dois anarquistas nos EUA (Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti), acusados
injustamente de assassinato em 1921 e condenados à morte, mostrando a repressão
existente no país.
? A noite dos desesperados (They Shoot Horses, Don’t They?; 1969, EUA, direção: Sidney
Pollack) – Sobre a Depressão na década de 1930 nos EUA. Uma visão crítica da sociedade
estadunidense em um tempo de crise, através de um casal que participa de concurso de
dança.
? As vinhas da Ira (The grapes of wrath, 1940, EUA, direção: John Ford) – A ação ocorre
no sul dos EUA, durante a crise provocada pela Depressão de 30, quando a crise e seca
forçaram agricultores do Meio-Oeste migrarem para a Califórnia. Narra a trajetória de uma
família, que na época da Depressão, foi levada a abandonar sua terra e buscar formas de
sobreviver. Uma adaptação do romance homônimo de John Steinbeck, permite analisar o
plantation e a questão social.
? Bem vindos ao paraíso (Come see the paradise; 1990, EUA, direção: Alan Parker) –
Sindicalista, na década de 1930, tem problemas políticos e ao apaixonar-se por uma
descendente de japoneses viaja para um lugar em que o casamento interétnico é permitido.
Com a eclosão da 2ª Guerra, os japoneses e seus descendentes nos EUA são confinados em
uma espécie de campo de concentração.
? O homem do prego (The Pawn Broken, 1964, EUA, direção: Sidney Lumet) – Sobre o
capitalismo, sobreviventes de campos nazistas, o Harlem e os guetos.
? O sol é para todos (To kill a Mocking-bird; 1962; EUA; direção: Robert Mulligan) – Trata
do racismo no sul dos EUA. Advogado branco no sul do país defende negro acusado de
violentar uma branca.
? Mississipi em chamas (Mississipi Burning; 1968, EUA, direção: Alan Parker) – Também
sobre o racismo no sul dos Estados Unidos, em Kenosha, pequena cidade de Mississipi.
Dois agentes do FBI investigam o assassinato de três jovens ligados ao movimento de
defesa dos direitos civis. Baseado em fatos reais.
? Todos os homens do presidente (All the President’s Men; 1976, EUA, direção: Alan J.
Pakula) – A respeito do Escândalo de Watergate, durante o período Nixon. Dois jornalistas
(Carl Bernstein e Bob Woodward) do Washington Post investigam a invasão da sede do
Partido Democrata durante a campanha presidencial de 1972.
? Os brutos também amam (Shane; 1953, EUA, direção: George Stevens) – Sobre o bem e
o mal. Um pistoleiro (Shane) que no passado matou um homem e foi condenado a
perambular pelo Oeste, chega a um vale e transforma a vida dos pequenos agricultores
contra um grande proprietário que deseja confiscar as terras.
? Rastros de ódio (The Searchers, 1956, EUA, direção: John Ford) – Os conflitos entre
brancos e índios no processo de expansão para o Oeste nos EUA. Com locações no
Monument Valley, um veterano confederado passa algum tempo à procura de índios que
mataram seu irmão e sua cunhada, e raptaram sua sobrinha.
? Pequeno Grande Homem (Little Big Man; 1970, EUA, direção: Arthur Penn) – Conflitos
nos EUA entre brancos e índios na expansão para o Oeste. Retrata a vida de um índio, com
121 anos, o único sobrevivente do episódio do século XIX em que os sioux venceram o
general Custer junto ao riacho Little Big Horn.
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? Separados, mas iguais (Separate but equal; 1991, EUA, direção: George Stevens, Jr.) –
Trata da luta por direitos iguais por comunidade negra na Carolina do Norte, na década de
1940, que levou a mudança na legislação.
? Fahrenheit 11 de setembro (Fahrenheit 9/11; 2004, EUA, direção: Michael Moore) –
Documentário sobre como os EUA se tornaram alvo de ataques terroristas a partir dos
atentados de 11 de setembro de 2001.
· A respeito da Europa em geral
? A insustentável leveza do ser (The Unbearable Lightness of Being; 1988, EUA, direção:
Philip Kaufman) – Tema pouco tratado; este filme possui uma ambientação em plena
Primavera de Praga, em 1968. Com base no livro de Milan Kundera, tem como eixo a
história de um jovem cirurgião que mantém um romance com uma artista plástica.
? Terra e Liberdade (Land and freedom; 1994, Alemanha, direção: Ken Load) – Guerra
Civil espanhola. Na década de 30, inglês vai à Espanha para lutar contra o franquismo.
Filme relata as divergências das organizações de esquerda.
? Terra de ninguém (No men’s land; 2001, França/Itália, direção: Danis Tanovic) –
Soldados inimigos, um bósnio e um sérvio, estão em trincheiras já abandonadas durante a
guerra em 1993.
? O Nome da Rosa (The Name of the Rose; 1986, Itália/Alemanha/França, direção: Jean-
Jacques Annaud) – Durante a Itália Medieval, um monge é chamado para solucionar um
crime que abala uma abadia.Com base no livro homônimo de Umberto Eco, possui uma
boa reconstituição da época.
? Por quem os sinos dobram (For Whom the Bell Tolls; 1943, EUA, direção: Sam Wood) –
Sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-39). Um professor estadunidense, membro das
Brigadas Internacionais, se apaixona por uma camponesa. Adaptação de livro homônimo de
Ernest Hemingway.
· Sobre Feudalismo no Japão e a Revolução Chinesa:
? Ran (Ran; 1985, Japão/França, direção: Akira Kurosawa) – É uma adaptação de Rei Lear,
de Shakespeare. Na Idade Média, um chefe de clã divide a fortuna entre os filhos em vez de
nomear um sucessor. As rivalidades decorrentes acabam por traçar características ditas
feudais do Japão.
? Os sete samurais (Shichinin no Samurai; 1954; Japão; direção: Akira Kurosawa) –
Também sobre o feudalismo no Japão; no século XVI, um veterano lidera sete samurais
para defender uma aldeia constantemente saqueada.
? Shogun (Shogun; 1980, EUA, direção: Jerry London) – No século XVII, um aventureiro
holandês se torna samurai e ajuda o senhor feudal (daymio) em sua luta para receber o título
de xogum (chefe militar). Ajuda na caracterização do feudalismo japonês.
? O último imperador (The Last Emperor. 1987, EUA/Itália/Inglaterra, direção: Bernardo
Bertolucci) – História de Pu Yi (o último imperador da China e declarado aos três anos, em
1908) que cresceu confinado na Cidade Proibida (em Pequim) e foi um monarca fantoche
durante a IIª Guerra.
· Sobre a Unificação Italiana e o capitalismo no país:
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? O leopardo (Il Gattopardo; 1963, Itália; direção: Luchino Visconti) – Saga de uma
família durante a Unificação Italiana. Um retrato da decadência da nobreza siciliana e sua
adaptação aos novos tempos.
? Garibaldi (Viva L’Italia; 1961, Itália/França, dir: Roberto Rosselini) – Sobre a Unificação
Italiana.
? A árvore dos tamancos (L’Albero degli zoccoli, 1978, Itália, direção: Ermano Olmi) –
Palma de Ouro em Cannes 1978. Trata da vida de famílias camponesas na Lombardia/Itália,
no início do século XIX, quando as transformações do campo foram aceleradas pelo
capitalismo.
? 1900 (Novecento; 1977, Itália/França/Alemanha, dir: Bernardo Bertolucci) – Sobre a Itália
no século XX e o capitalismo. Dois jovens (um camponês e outro, herdeiro de
latifundiários) seguem rumos diferentes durante a 1ª Guerra Mundial. Depois, durante a
ascensão do fascismo, percebem que a amizade entre eles não é mais possível.
? Pai Patrão (Padre Padrone; 1977, Itália, Direção: Paolo Taviani e Vittorio Taviani) –
Sobre a Itália e o capitalismo no país. Narra a vida do escritor italiano Gavino Ledda, de
sua infância pobre, oprimido pela ignorância do pai, suas viagens e o retorno à aldeia natal.
? O caso Mattei (Il Caso Mattei; 1972, Itália, direção: Francesco Rosi) – Sobre a política do
petróleo, com destaque para a atuação das Sete Irmãs.
· Sobre a Sociedade Moderna (Tecnológica):
?
Metrópolis (Metropolis; 1926, Alemanha, direção: Fritz Lang) – Relata a massificação
por que passam os funcionários de uma fábrica. Passa-se no século XXI, os trabalhadores
vivem em subterrâneos, veneram como santa uma jovem chamada Maria; um clone da
mesma os incita contra os patrões.
? 2001, uma Odisséia no Espaço (2001: A Space Odyssey; 1968, Inglaterra, direção:
Stanley Kubrick) – A relação homem-máquina chegando ao ponto limite. Durante uma
viagem a Júpiter – cujo objetivo era investigar um misterioso monólito –, um computador
(HAL 9000) tenta assumir o controle e começa a eliminar a tripulação.
? Blade Runner, o caçador de andróides (Blade Runner; 1982, EUA, direção: Ridley
Scott) – Em uma Los Angeles do século XXI, superpovoada e cinzenta, um ex-policial é
encarregado de destruir “replicantes”. Importante sobre a perspectiva de futuro da
humanidade.
? Denise está chamando (Denise calls up, EUA, 1995, direção: Hal Salwen) – Retrata de
forma crítica e bem humorada o impacto das novas tecnologias no dia-a-dia das pessoas.
Um filme do atual período de globalização. Relações interpessoais que passam a ser
virtuais. Quanto mais a tecnologia facilita o contato, mais ela afasta as pessoas; quanto
maior a produtividade, menos tempo para o lazer.
? Fahrenheit 451 (Fahrenheit 451;1966, Inglaterra, direção: François Truffaut) – Uma
declaração de amor à liberdade de expressão e aos livros.
? Powaqqatsi – Vida em Transformação (Powaqqatsi; 1988, EUA, direção: Godfrey
Reggio) – Imagens e sons reconstruindo a diversidade cultural e social do mundo. Uma
continuação de Koyaanisqatsi, com destaque para o movimento de massas.O garimpo de
Serra Pelada aparece logo no início.
· Características culturais e religiosas:
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? O pagador de promessas (1962, Brasil, direção: Anselmo Duarte) – Um filme que trata
do pagamento de uma promessa feita a Iansã em um terreiro por ter curado um burro;
precisa levar uma cruz até a igreja de Santa Bárbara em Salvador e a colocar dentro da
igreja. Ali enfrentou a oposição do vigário e de outras autoridades. Baseado em peça de
Dias Gomes, é um filme sobre o sincretismo religioso, o confronto entre o catolicismo e o
candomblé, e uma crítica a imprensa, polícia e Igreja Católica.
? Um violonista no telhado (Fidler on the Roof, 1971, EUA, direção: Norman Jewison) –
Em filme confuso, uma família de judeus russos camponeses é discriminada e expulsa
durante a Rússia revolucionária, por tentar manter as suas tradições.
? Tenda dos Milagres (1977, Brasil, direção: Nelson Pereira dos Santos) – Um filme feito
com os atrativos do Brasil; apesar do filme ser fraco, sincretismo religioso, marginalidade e
preconceito são abordados.
· Sobre a Guerra Fria:
? O dia seguinte (The day after, EUA, 1983, direção: Nicholas Meyer) – Mostra as
conseqüências de uma guerra nuclear. Evidencia o perigo que pairou durante a Guerra Fria,
devido à corrida armamentista.
· Sobre a 2ª Guerra Mundial:
? Casablanca (Casablanca; 1942, EUA, direção: Michael Curtiz) – Passa durante a 2ª
Guerra Mundial, em Marrocos, no período da República de Vichy. Romance, intriga e
suspense em um clássico do cinema.
? O mais longo dos dias (The Longest Day; 1962, EUA, direção: Ken Annakin, A. Marton,
B. Wicki) – Os preparativos para a invasão da Normandia em 06 de junho de 1944, o dia
“D” durante a 2ª Guerra Mundial.
? A noite dos generais (Night of the Generals; 1967, Inglaterra, direção: Anatole Litvak) –
A ação se passa durante a 2ª Guerra Mundial, em Paris. Uma prostituta é assassinada e este
crime envolve figuras do exército de ocupação.
? Julgamento em Nuremberg (Judgement in Nuremberg; 1961, EUA, direção: Stanley
Kramer) – Julgamento que ocorre após a 2ª Guerra Mundial, com os criminosos do Eixo.
Um juiz dos EUA é convocado para chefiar o julgamento de quatro alemães.
? Esperança e glória (Hope and Glory; 1987, Inglaterra, direção: John Boorman) – A 2ª
Guerra Mundial sobre a ótica de uma criança, que vive com a família em um bairro inglês
de classe média e que sofre constantes bombardeios.
? Adeus, meninos (Au Revoir les Enfants; 1987, França/Alemanha, direção: Louis Malle) –
Na França, o destino de crianças de uma escola católica para ricos em 1944, durante a
ocupação nazista. Drama de racismo, delação e opressão.
· Sobre a Guerra do Vietnã:
? Dien Bien Phu – A última batalha da Indochina (Diên Biên Phú; 1992, França, direção:
Pierre Schoendoerffer) – Em 1954, um jornalista estadunidense que vivia em Hanói há mais
de dez anos, investigou os fatos que levaram ao fim o domínio francês. Uma espécie de
Platoon francês, pois seu diretor – autor do roteiro – foi cinegrafista do exército francês na
Indochina e chegou a ser preso pelos comunistas.
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? Os boinas verdes (The green berets; 1968, EUA, dirigido e estrelado por John Wayne) –.
Favorável à intervenção estadunidense. Aliás, se os vietnamitas do filme fossem
substituídos por alemães ou japoneses, seria também um filme da 2a Guerra Mundial. Após
um treinamento rigoroso, um pelotão de elite – os boinas-verdes – vai lutar no Vietnã.
? Corações e Mentes (Hearts and minds; 1975, dirigido por Peter Davis) – Primeiro filme
(documentário) conhecido contrário à guerra, mostrou seus horrores quando ela já se
encaminhava para o final. Mostrou um suspeito de ser vietcong ser fuzilado pelo chefe da
polícia de Saigon, durante a Ofensiva do Tet.
? Taxi Driver (Taxi Driver; 1976; EUA, direção: Martin Scorcese) – A história de um
motorista de táxi, um ex-soldado do Vietnã, tentando obter a glória e o reconhecimento
público que o conflito não lhe concedera.
? O franco-atirador (The deer hunter; 1977; EUA, direção: Michael Cimino) – Conta a
vida de três amigos metalúrgicos, de uma pequena cidade da Pensilvânia, que foram
prisioneiros dos vietcongues. Conseguiram escapar mas ficaram profundamente marcados.
? Amargo regresso (Coming home; 1978; EUA, direção: Hal Ashby) – Um veterano do
Vietnã (Jon Voight) volta da guerra paraplégico e se apaixona por sua enfermeira (Jane
Fonda).
? Hair (Hair; 1979; EUA, direção: Milos Forman) – Um musical com base em uma peça de
teatro antibelicista, de sucesso no final dos anos 60. Tentou traçar um painel das mudanças
sócio-culturais pelas quais passavam os EUA na época. Uma amostra da contracultura dos
anos 60.
? Apocalipse (Apocalipse now; 1979; EUA, direção de Francis F. Coppola) – Baseado em
um romance cujo enredo se passava no Congo Belga, mas adaptado às circunstâncias do
Vietnã. Um coronel enlouquecido desaparece na Indochina e é procurado por um agente
especial com a missão de matá-lo. Mostrou a imbecilidade e os horrores da guerra.
Antológica a cena em que uma esquadrilha de helicópteros ataca uma aldeia ao som da
Cavalgada das Valquírias (de Wagner).
? Rambo, programado para matar (First blood; 1982; EUA, direção: Ted Kotcheff) – Um
veterano do Vietnã mostrava, em uma pequena cidade, o que aprendera no treinamento das
forças especiais e o que era capaz de fazer quando sofria injustiça. Na década de 1980:
alguns filmes mais condescendentes – foi o período da “era Reagan” –; os mais famosos
foram os filmes da série Rambo.
? Rambo II, a missão (First blood part II; 1985; EUA, direção: George P. Cosmatos) –
Rambo foi solto da cadeia, com a condição de resgatar prisioneiros de guerra no Vietnã.
Aliás, por sua eficiência na tarefa, se existissem uns dez deles, a história da guerra seria
diferente.
? De volta para o inferno (Uncommon valor; 1983, EUA, direção: Ted Kotcheff) – Aborda
a existência de prováveis prisioneiros no Vietnã. Um coronel da reserva não se conformava
com os relatórios oficiais que davam o seu filho como desaparecido em ação e juntou sete
ex-combatentes para resgatá-lo. Também sobre o mesmo tema, o filme Hanói Hilton
(1986).
? Platoon (Platoon; 1986, EUA, direção: Oliver Stone) – Uma visão condensada da guerra
(1968/69), com base na atuação do próprio diretor, que se engajou como voluntário e, pelo
filme, se arrependeu. Mostrou, dentro da guerra, através de cartas que escrevia, as
contradições de sua própria sociedade.
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? Hanói Hilton (Hanói Hilton; 1986; EUA, direção: Lionel Chetwynd) – Após a guerra,
quatro soldados estadunidenses permaneceram presos em Hanói e tudo é tentado para
retirá- los.
? Nascido para matar (Full metal jacket; 1987; EUA, direção: Stanley Kubrick) – mostrava
a formação paranóica de soldados que iriam ao Vietnã e a ação dos mesmos em Hué, na
Ofensiva do Tet.
? Bom dia, Vietnã (Good morning, Vietnam; 1987; EUA, direção Barry Levinson) – Em
1965, no início da intervenção militar, soldado (Robin Williams) trabalhava como discjóquei
em uma rádio do exército em Saigon. Irreverente, anti- militarista, denunciava a
propaganda de guerra, as mentiras dos comunicados militares e mudava a programação
musical oficial. Baseado na vida do soldado Adrian Cronauer.
? Hamburger Hill (Hamburger Hill; 1987, EUA, direção: John Irving) – O título vem da
frase de um dos combatentes: “Os viets estão fazendo hambúrguer de nós.” Baseado em
fatos reais, relatou a ação de soldados estadunidenses em 1969 na missão de tomar uma
colina no Vietnã, repleta de vietcongues, que não estavam dispostos a deixá-la.
? Querida América - Cartas do Vietnã (Dear America; 1987; EUA, direção: Bill Couturie)
– A Guerra revelada através de cartas que soldados estadunidenses mandaram para as suas
famílias. Humor, tragédia, risos, lágrimas e indignação.
? Nascido em 4 de julho (Born on the Fourth of July; 1989, EUA, direção: Oliver Stone) –
Jovem ferido na Guerra do Vietnã (Tom Cruise) ficou paraplégico e, devagar, trocou suas
idéias conservadoras pelo ativismo político. Baseado na autobiografia de Ron Kovic (coautor
do roteiro).
? Entre o céu e a terra (Haven and Earth; 1993, EUA, direção: Oliver Stone) – Último
filme de uma trilogia sobre o Vietnã (Platoon; Nascido a 4 de julho), foi um dos primeiros
a tratar a guerra do ponto de vista de uma vietnamita (Phung Thi Lely). Uma camponesa
torturada durante a guerra, se casa com um soldado estadunidense e, nos EUA, conhece
também o preconceito e o ódio.
? Pecados da Guerra (Casualties of War; 1989, EUA, direção: Brian de Palma) – Durante
uma missão de patrulha, o sargento do pelotão seqüestrou uma jovem vietnamita, que foi
estuprada e assassinada pelos soldados. A narrativa, baseada em um caso real, é cruel e em
tom quase documental.
? Regret to Inform (Lamento Informar; 1998, EUA, direção: Barbara Sonneborn) –
Documentário sobre as “viúvas da guerra”, tanto dos EUA como no Vietnã, que falam das
tentativas de superar os traumas da guerra. Para as vietnamitas, não era um conflito entre
capitalismo e comunismo, e sim que os EUA haviam invadido o seu país e precisavam
expulsá-los. [Premiado no Festival Sundance e indicado ao Oscar de Melhor Documentário
em 1999]
? Woodstock (Woodstock: the director cut; 1994, EUA, direção: Michael Wadlegh) – Sobre
o famoso festival de música realizado em agosto de 1969 (ano em que morreram Martin
Luther King e Robert Kennedy) em uma fazenda nos arredores de New York. Esta é uma
nova versão do diretor.9
9 O autor agradece a colaboração dos professores de Geografia: Damaris Puga de Moraes, Juleusa Maria Theodoro Turra e
Lucas Melgaço, na leitura e nas sugestões de filmes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Jorge Luiz. Geografia e cinema: em busca de aproximações e do inesperado. In:
CARLOS, Ana Fani A. (org.) A geografia em sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999, p.
109-133.
LACOSTE, Yves. Para que serve a paisagem? O que é uma bela paisagem?. Boletim
Paulista de Geografia. São Paulo: AGB, n. 79, jul. 2003, p. 115-150.
Vídeo 1990 – Guia completo de filmes para TV e Vídeo. São Paulo: Nova Cultural, 1989.
Vídeo 1997 – O Dicionário dos Melhores Filmes. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
www.adorocinema.com.br, acessado em outubro de 2005.
www.vervideo.com.br, acessado em outubro de 2005.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Quimica Integrado- 2ºSemestre

Mitologia Grega
Características da Mitologia Grega, principais mitos e lendas, deuses gregos, Minotauro, Medusa, Hércules,
a influência da religião na vida política, econômica e social dos gregos


Minotauro: figura da mitologia grega

Introdução.
Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.


Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.

Entendendo a Mitologia Grega.
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :

- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.
- Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.
- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa
- Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.

Medusa: mulher com serpentes na cabeça

O Minotauro
É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.
Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o Minotauro com um golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.

Deuses gregos
De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos. Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.

Conheça os principais deuses gregos :

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.
Poseidon - deus dos mares
Hades - deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Artemis - deusa da caça.
Ares - divindade da guerra..
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações
Hefestos - divindade do fogo e do trabalho.

Quimica Integrado- 2ºSemestre

[editar] Cultura da Grécia Antiga
Ver artigo principal: Cultura da Grécia Antiga
Os gregos tinham conflitos e diferenças entre si, mas muitos elementos culturais em comum. Falavam a mesma língua (apesar dos diferentes dialetos e sotaques) e tinham religião comum, que se manifestava na crença nos mesmos deuses. Em função disso, reconheciam-se como helenos (gregos) e chamavam de bárbaros os estrangeiros que não falavam sua língua e não tinham seus costumes, ou seja, os povos que não pertenciam ao mundo grego (Hélade).


[editar] Educação em Atenas
Em Atenas, apesar das mulheres também serem educadas para as tarefas de mãe e esposa, a educação era tratada de outra forma, pois até mesmo nas classes mais pobres da sociedade ateniense encontrava-se homens alfabetizados. Eles eram instruídos para cuidarem não só da mente como também do corpo, o que lhes dava vantagem na hora da guerra, pois eram tão bons guerreiros quanto eram estrategistas.

Ver também: Paidéia


[editar] Jogos Olímpicos

Reconstrução de Olímpia na Antiguidade.Um exemplo de atividade cultural comum entre os gregos foram os Jogos Olímpicos. A partir de 776 a.C., de quatro em quatro anos, os gregos das mais diversas cidades reuniam-se em Olímpia para a realização de um festival de competições. Esse festival ficou conhecido como Jogos Olímpicos. Os jogos olímpicos eram realizados em honra a Zeus (o mais importante deus grego) e incluíam provas de diversas modalidades esportivas: corridas, saltos, arremesso de disco, lutas corporais. Além do esporte havia também competições musicais e poéticas.

Os Jogos Olímpicos eram anunciados por todo o mundo grego dez meses antes de sua realização. Os gregos atribuíam tamanha importância a essas competições que chegavam a interromper guerras entre cidades (trégua sagrada) para não prejudicar a realização dos jogos. Pessoas dos lugares mais distantes iam a Olímpia a fim de assistir aos jogos. Havia, entretanto, proibição à participação das mulheres, seja como esportistas, seja como espectadoras.

Os atletas que participavam das competições eram respeitados pelos gregos em geral. O prêmio para os vencedores era apenas uma coroa feita com ramos de oliveira colhidos num bosque consagrado a Zeus. Mas a sua glória era imensa. As cidades recepcionavam os vitoriosos com festas e homenagens[carece de fontes?]. Poetas, como Píndaro, faziam poemas em sua homenagem, e o governo erguia-lhes estátuas.

Os Jogos Olímpicos da Idade Antiga foram celebrados até 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio, que era cristão, mandou fechar o templo de Zeus em Olímpia, para combater cultos não-cristãos. Quinze séculos depois o educador francês Pierre de Fredy, o barão de Coubertin (1836-1937), empreendeu esforços para restaurar os Jogos Olímpicos. Sua "causa" obteve simpatia e adesão internacionais. Em 1896, foram realizados em Atenas os primeiros Jogos Olímpicos da época contemporânea. As atuais Olimpíadas, também realizadas de quatro em quatro anos, reunindo atletas de diversos países do mundo, procuram preservar o ideal de unir os povos por meio do esporte.


[editar] Arte da Grécia Antiga
Ver artigo principal: Arte da Grécia Antiga

Estátua de Zeus.Um dos mais expressivos monumentos do período antigo é o Partenon, templo com colunas dóricas, construído entre 447 e 438 a.C. na acrópole de Atenas, e dedicado à padroeira da cidade, Athenea Párthenos. A construção foi projetada pelos arquitetos Calícrates e Ictinos, e é comandada por Fídias. Suas linhas arquitetônicas serviram de inspiração para a construção de muitos outros edifícios em todo o mundo.


[editar] Legado da Grécia Antiga
A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente durante a renascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.

Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses, e todos conservadores[carece de fontes?]. Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história econômica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.


[editar] Ver também
Cronologia da Grécia Antiga

[editar] Bibliografia
DURAND, Matthieu de - História Abreviada da Grécia Antiga. Lisboa: Editorial Notícias. ISBN 9724606031
MARTIN, Thomas R. - Breve História da Grécia Clássica. Lisboa: Editorial Presença, 1998. ISBN 9722323326
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga"

Trô-Integrado Pré-História 1ºano

A arte na Pré-História
Consideramos como arte pré-histórica todas as manifestações que se desenvolveram antes do surgimento das primeiras civilizações e portanto antes da escrita. No entanto isso pressupõe uma grande variedade de produção, por povos diferentes, em locais diferentes, mas com algumas características comuns.

A primeira característica é o pragmatismo, ou seja, a arte produzida possuía uma utilidade, material, cotidiana ou mágico-religiosa: ferramentas, armas ou figuras que envolvem situações específicas, como a caça. Cabe lembrar que as cenas de caça representadas em cavernas não descreviam uma situação vivida pelo grupo, mas possuía um caráter mágico, preparando o grupo para essa tarefa que lhes garantiria a sobrevivência.

As manifestações artísticas mais antigas foram encontradas na Europa, em especial na Espanha, sul da França e sul da Itália e datam de aproximadamente de 25000a.C., portanto no período paleolítico. Na França encontramos o maior número de obras pré históricas e até hoje em bom estado de conservação, como as cavernas de Altamira, Lascaux e Castilho

Arquitetura



Os grupos pré-históricos eram nômades e se deslocavam de acordo com a necessidade de obter alimentos. Durante o período neolítico essa situação sofreu mudanças, desenvolveram-se as primeiras formas de agricultura e consequentemente o grupo humano passou a se fixar por mais tempo em uma mesma região, mas ainda utilizavam-se de abrigos naturais ou fabricados

com fibras vegetais ao mesmo tempo em que passaram a construir monumentos de pedras colossais, que serviam de câmaras mortuárias ou de templos. Raras as construções que serviam de habitação.

Essa pedras pesavam mais de três toneladas, fato que requeria o trabalho de muitos homens e o conhecimento da alavanca.



Esses monumentos de pedras foram denominados "megalíticos" e podem ser classificados de: dólmens, galerias cobertas que possibilitavam o acesso a uma tumba; menires, que são grandes pedras cravadas no chão de forma vertical; e os cromlech, que são menires e dólmens organizados em círculo, sendo o mais famoso o de Stonehenge, na Inglaterra.



Também encontramos importantes monumentos megalíticos na Ilha de Malta e Carnac na França, todos eles com funções ritualisticas.

Escultura

A escultura foi responsável pela elaboração tanto de objetos religiosos quanto de utensílios domésticos, onde encontramos a temática predominante em toda a arte do período, animais e figuras humanas, principalmente figuras femininas, conhecidas como Vênus, caracterizadas pelos grandes seios e ancas largas, são associadas ao culto da fertilidade;

Entre as mais famosas estão a Vênus de Lespugne, encontrada na França, e a Vênus de Willendorf, encontrada na Áustria foram criadas principalmente em pedras calcárias, utilizando-se ferramentas de pedra pontiaguda.

Durante o período neolítico europeu (5000aC - 3000dC) os grupos humanos já dominavam o fogo e passou a produção de peças de cerâmica, normalmente vasos, decorados com motivos geométricos em sua superfície; somente na idade do bronze a produção da cerâmica alcançou grande desenvolvimento, devido a utilização na armazenagem de água e alimentos

Pintura

As principais manifestações da pintura pré-histórica são encontradas no interior de cavernas, em paredes de pedra e a princípio retratavam cenas envolvendo principalmente animais, homens e mulheres e caçadas, existindo ainda a pintura de símbolos, com significado ainda desconhecido. Essa fase inicial é marcada pela utilização predominantemente do preto e do vermelho e é considerada portanto como naturalista.

No período neolítico a pintura é utilizada como elemento decorativo e retratando as cenas do cotidiano. A qualidade das obras é superior, mostrando um maior grau de abstração e a utilização de outros instrumentos que não as mãos, como espátulas.

Por volta de 2000aC as características da pintura a apresentavam um nível próximo à de formas escritas, preservando porém seu caráter mágico ou religiosos, celebrando a fecundidade ou os objetos de adoração (totens).

Pré-História-Trô-Integrado-1º ano

A Pré-História

Ler Texto

Arte rupestre: pintura em parede de caverna pré-histórica

Esquema

O período da PEDRA LASCADA (PALEOLÍTICO)

- - Eram nômades e viviam em cavernas
- - Faziam pinturas rupestres (desenhos nas paredes de cavernas, usando sangue de animais)
- - Dominavam o fogo
- - Faziam objetos de pedra e de ossos

O período da PEDRA POLIDA (NEOLÍTICO)

-- Passaram a ser sedentários
- - Criaram povoados
- - Desenvolveram a agricultura e a pecuária
- Elaboração de ferramentas mais desenvolvidas

Trô Integrado-1ºano Pré História

Divisão da Pré-História:

Paleolítico - a principal característica dos desenhos da Idade da Pedra Lascada é o naturalismo. O artista pintava os seres, um animal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo a natureza tal qual sua vista captava. Atualmente, a explicação mais aceita é que essa arte era realizada por caçadores, e que fazia parte do processo de magia por meio do qual procurava-se interferir na captura de animais, ou seja, o pintor-caçador do Paleolítico supunha ter poder sobre o animal desde que possuísse a sua imagem. Acreditava que poderia matar o animal verdadeiro desde que o representasse ferido mortalmente num desenho. Utilizavam as pinturas rupestres, isto é, feitas em rochedos e paredes de cavernas. O homem deste período era nômade.

Os artistas do Paleolítico Superior realizaram também trabalhos em escultura. Mas, tanto na pintura quanto na escultura, nota-se a ausência de figuras masculinas. Predominam figuras femininas, com a cabeça surgindo como prolongamento do pescoço, seios volumosos, ventre saltado e grandes nádegas. Destaca-se: Vênus de Willendorf.



PALEOLÍTICO INFERIOR

aproximadamente 5.000.000 a 25.000 a.C.;
primeiros hominídios;
caça e coleta;
controle do fogo; e
instrumentos de pedra e pedra lascada, madeira e ossos: facas, machados.
PALEOLÍTICO SUPERIOR
instrumentos de marfim, ossos, madeira e pedra: machado, arco e flecha, lançador de dardos, anzol e linha; e
desenvolvimento da pintura e da escultura.


Neolítico - a fixação do homem da Idade da Pedra Polida, garantida pelo cultivo da terra e pela manutenção de manadas, ocasionou um aumento rápido da população e o desenvolvimento das primeiras instituições, como família e a divisão do trabalho. Assim, o homem do Neolítico desenvolveu a técnica de tecer panos, de fabricar cerâmicas e construiu as primeiras moradias, constituindo-se os primeiros arquitetos do mundo. Conseguiu ainda, produzir o fogo através do atrito e deu início ao trabalho com metais.

Todas essas conquistas técnicas tiveram um forte reflexo na arte. O homem, que se tornara um camponês, não precisava mais ter os sentidos apurados do caçador do Paleolítico, e o seu poder de observação foi substituído pela abstração e racionalização. Como conseqüência surge um estilo simplificador e geometrizante, sinais e figuras mais que sugerem do que reproduzem os seres. Os próprios temas da arte mudaram: começaram as representações da vida coletiva.

Além de desenhos e pinturas, o artista do Neolítico produziu uma cerâmica que revela sua preocupação com a beleza e não apenas com a utilidade do objeto, também esculturas de metal.

Desse período temos as construções denominadas dolmens. Consistem em duas ou mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra era colocada horizontalmente sobre elas, parecendo um teto. E o menir que era monumento megalítico que consiste num único bloco de pedra fincado no solo em sentido vertical.

O Santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra, pode ser considerado uma das primeiras obras da arquitetura que a História registra. Ele apresenta um enorme círculo de pedras erguidas a intervalos regulares, que sustentam traves horizontais rodeando outros dois círculos interiores. No centro do último está um bloco semelhante a um altar. O conjunto está orientado para o ponto do horizonte onde nasce o Sol no dia do solstício de verão, indício de que se destinava às práticas rituais de um culto solar. Lembrando que as pedras eram colocadas umas sobre as outras sem a união de nenhuma argamassa.

NEOLÍTICO

aproximadamente 10.000 a 5.000 a.C.
instrumentos de pedra polida, enxada e tear;
início do cultivo dos campos;
artesanato: cerâmica e tecidos;
construção de pedra; e
primeiros arquitetos do mundo.
IDADE DOS METAIS
aproximadamente 5.000 a 3.500 a.C.
aparecimento de metalurgia;
aparecimento das cidades;
invenção da roda;
invenção da escrita; e
arado de bois.

As Cavernas

Antes de pintar as paredes da caverna, o homem fazia ornamentos corporais, como colares, e, depois magníficas estatuetas, como as famosas “Vênus”.

Existem várias cavernas pelo mundo, que demonstram a pintura rupestre, algumas delas são:

Caverna de ALTAMIRA, Espanha, quase uma centena de desenhos feitos a 14.000 anos, foram os primeiros desenhos descobertos, em 1868. Sua autenticidade, porém, só foi reconhecida em 1902.

Caverna de LASCAUX, França, suas pinturas foram achadas em 1942, têm 17.000 anos. A cor preta, por exemplo, contém carvão moído e dióxido de manganês.

Caverna de CHAUVET, França, há ursos, panteras, cavalos, mamutes, hienas, dezenas de rinocerontes peludos e animais diversos, descoberta em 1994.

Gruta de RODÉSIA, África, com mais de 40.000 anos.

Parque Nacional Serra da Capivara - Sudeste do Estado do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. Nessa região encontra-se uma densa concentração de sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres. Para saber mais visite: http://www.fumdham.org.br/parque.asp

Onde havia gente - Os arqueólogos já encontraram vários registros de seres humanos pré-históricos que viviam no Brasil há pelo menos 11.000 anos:



Curiosidades:

"O trajeto marítimo do Homo erectus" e "Os ancestrais do homem moderno":



Os primeiros homens da América - Estudos mostram que a colonização deve ter sido mais complexa do que se pensava:





Técnica do carbono-14

LAHR, Marta Mirazón. Folha de S.Paulo. 15 Junho 1997.

O carbono é um dos elementos mais importantes na composição dos organismos. Os seres vivos absorvem constantemente uma forma estável desse carbono, o carbono-14, que tem uma "meia-vida" de cerca de 5.730 anos (meia-vida é o tempo necessário para reduzir pela metade, através de desintegração, a massa de uma amostra desse elemento radioativo.

Depois que morre, o organismo deixa de receber carbono-14. Esse, agora um fóssil, vai perdendo seu carbono-14 pela desintegração (ou "decaimento").

Para medir o que restou de C-14 é preciso queimar um pedaço do fóssil, transformando-o em gás, que é analisado por detectores de radiação. O C-14, ao se desintegrar emite elétrons que podem ser captados pelos detectores.

O índice de C-14 é comparado com o carbono não radioativo, o C-12, para se checar quanto do carbono radioativo decaiu, e com isso determinar a data na qual o organismo morreu.

Uma variante mais moderna da técnica é a AMS (sigla em inglês para espectrometria de massa por acelerador), que também mede a proporção na amostra do carbono-14. Sua vantagem é poder fazer a medição, diretamente, sem que seja necessário queimar parte razoável da amostra para fazer o teste. A datação por esse método é especialmente valiosa para materiais orgânicos.