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Feliz Natal

domingo, 13 de julho de 2008

Documentos -filmes e sites sobre a posse da terra brasileira

Detalhes:
Brochura
16 x 21 cm
148pp
R$ 34,00

Data de Lançamento:
5/4/2006

ISBN:
85-7110-907-9

Tradução, introdução e notas: Sheila Moura Hue


Outras áreas: Administração
Artes
Biografias
Ciência
Ciências Sociais
Cinema
Coleções
Coleções de Bolso
Comunicação
Dicionários
Economia
Educação
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História em Quadrinhos
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Política
Psicanálise
Psicologia
Teatro
TV
Variedades
Primeiras Cartas do Brasil
[1551 - 1555]

Sheila Moura Hue Orientação para os professores


Apresentamos, neste informativo especialmente desenvolvido para os profissionais da área de educação, a obra Primeiras cartas do Brasil.

O livro consiste em duas coletâneas de cartas escritas pelos primeiros jesuítas que estiveram no Brasil em missão evangelizadora, durante os primeiros anos de colonização portuguesa. Tão logo saíram do Brasil, essas cartas foram impressas e divulgadas para os leitores de Coimbra, juntamente com outros relatos de missionários que atuavam em outras localidades controladas por Portugal.

Essas correspondências tornaram-se um sucesso editorial no período em que foram escritas, em decorrência, entre outros motivos, das expectativas dos europeus em relação ao “exotismo” do Novo Mundo. A historiadora Sheila Moura Hue responsável pela seleção das cartas e pelas notas, optou por reproduzir a correspondência tal como foi impressa no século XVI e inseriu comentários em notas de rodapé ao longo do texto.

Levando-se em consideração o formato da obra e suas inúmeras possibilidades de leitura – desde o estudo de uma fonte histórica, até a apreciação de um relato de viagem, ou de um romance de aventura – esta pode ser trabalhada em separado ou em conjunto, por disciplinas como história, língua portuguesa, literatura e redação. O livro é um excelente instrumento para desenvolver, no ensino médio, certas competências e habilidades envolvidas em práticas interdisciplinares, tendo como base as indicações dos parâmetros curriculares.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

1. Sugira a visita de seus alunos à Biblioteca Nacional para que realizem uma pesquisa sobre correspondências históricas. (Essa atividade pode ser realizada também no Real Gabinete Português de Leitura ou no Arquivo Nacional). A turma deverá ser dividida em grupos. Cada um deles escolherá uma carta (de qualquer período) e fará sua transcrição. A segunda etapa seria uma contextualização e análise da fonte histórica.

2. Após a leitura do livro, separe a turma em dois grupos. O primeiro deverá apresentar as impressões dos europeus recém-chegados ao Novo Mundo, e o outro deverá fazer o mesmo, só que do ponto de vista dos indígenas. No final, realizar um balanço com toda a turma sobre os choques entre culturas diferentes, a forma como cada sociedade encara outra etc.

3. O aluno deverá produzir uma correspondência, seguindo o padrão das cartas reproduzidas no livro, relatando os sentimentos e impressões dos indígenas diante da chegada e estabelecimento dos colonos e, posteriormente, dos jesuítas.

FILMOGRAFIA

• 1492 – A conquista do paraíso (1492 – Conquest of Paradise), 1992. 142 minutos. Ridley Scott.

• Aguirre, a cólera dos deuses (Aguirre, der Zorn Gottes), 1973. 93 minutos. Werner Herzog.

• Caramuru – A invenção do Brasil, 2001. 100 minutos. Guel Arraes. Globo Filmes

• Como era gostoso o meu francês, 1970. 83 minutos. Nelson Pereira dos Santos. Condor Filmes e Riofilme.

• O guarani, 1996. 91 minutos. Norma Bengell. Europa Filmes.

• Hans Staden, 2000. 92 minutos. Luiz Alberto Pereira. Riofilmes.

• A missão, 1986. 126 minutos. Roland Joffé.

• O Novo Mundo (The New World), 2005. 145 minutos. Terrence Malick. PlayArte.

SITES

Arquivo Histórico Ultramarino | www.iict.pt/ahu

Arquivo Nacional | www.arquivonacional.gov.br

Biblioteca Nacional | www.bn.br

Biblioteca Nacional de Lisboa | www.bn.pt

Instituto dos Arquivos Nacionais da Torre do Tombo | www.iantt.pt

Instituto Camões | www.instituto-camoes.pt Real Gabinete Português de Leitura | www.realgabinete.com.br

BIBLIOGRAFIA RELACIONADA

AMADO, Janaína & FIGUEIREDO, Luiz Carlos. O Brasil no Império Português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, Coleção Descobrindo o Brasil, 2000.

FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, Coleção Descobrindo o Brasil, 2000.

GÂNDAVO, Pero de Magalhães de. A primeira história do Brasil. História da Província Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Texto modernizado e notas por Sheila Moura Hue e Ronaldo Menegaz. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Israel X Palestina

De 1923 a 1948 quem dominava essa região eram os ingleses, que na tentativa de conciliar árabes e sionistas firmou um tratado de independência futura. Com a guerra na Alemanha os sionistas cooperaram muito com os aliados com o desejo de combater o regime nazista e fortalecer sua posição junto das potências ocidentais. Em contra partida os árabes perderam terreno.

Assim, nos primeiros 5 anos de guerra 75.000 judeus emigraram para a região, organizando um exército clandestinos de judeus que em 1942, com o apoio dos judeus dos Estados Unidos conseguiu aprovar o fim do domínio inglês, o reconhecimento de uma comunidade judaica e de um exército. Porém haviam dois obstáculos a serem ultrapassados: expulsar os ingleses que insistiam em não sair da região e decidir quem dominaria depois da retirada inglesa, os árabes ou os judeus, pois eles continuavam lutando pela posse do território. Por isso, em 1947 a ONU aprovou o plano de partilha da região entre árabes (Palestina: Faixa de Gaza e Cisjordânia), judeus (Israel) e de uma zona internacionalizada ao redor de Jerusalém.

Derrotados todos em 1948, os judeus fizeram com que os árabes fugissem para países vizinho, os ingleses abandonassem aquelas terras, ficando estas nas mãos do judeus que instalaram um governo provisório. Em 1949 realizaram eleições para o parlamento. E nesse ano Israel ingressou na ONU. No ano seguinte as fronteiras de Israel forma fixadas.

Porém em 1952 as relações entre Israel e seus vizinho árabes foram piorando. Em 1967 incidentes entre Israel e Síria agravaram a tensão, sempre presente na região. O presidente Nasser, do Egito, pediu e obteve a retirada das forças da ONU do Sinai, para onde mandou muitos militares ao mesmo tempo que fazia alianças militares com a Jordânia, Síria e Iraque. Até que Nasser bloqueou o estreito de Tiran à navegação israelense e a guerra começou.

Israel venceu em seis dias, quando ocupou toda a península do Sinai, a Cisjordânia, Gaza e as Colinas de Golan. A devolução dessas regiões só seria possível para Israel se fosse feito um contrato de paz, o que agravou a crise.

Em 1973 um novo conflito surgia: Síria e Egito contra Israel. Até que a ONU conseguiu acabar com isso.

Internamente, as necessidades de defesa e segurança passaram a ser os aspectos mais importantes de Israel, com reflexos políticos e econômicos. O país gastava muito no setor militar, piorando sua situação econômica.

Com a ajuda dos Estados Unidos, o Egito e Israel chegaram em 1979 a um acordo sobre a devoulução dos territórios ocupados. Mas em 1981 o presidente de Israel iniciou uma política agressiva, invadindo o Líbano em 1982.

Em 1893 o prestígio do governo abalou-se com problemas internos, massacres de israelenses na região ocupada do Líbano e a crise financeira. Iniciando a retirada das tropas israelenses do Líbano em 83. Contudo, Israel não iria terminar a retirada enquanto forças sírias permanecessem no Norte do Líbano, fazendo com que a retirada israelense só terminasse em 1985.

Os ataques muçulmanos (xiitas árabes) contra o Exército do Sul do Líbano (ESL) aumentaram, assim como a Organização para a Libertação da Palestina ressurgia no Sul do Líbano e recomeçava os ataques com mísseis contra cidades israelenses fronteiriças.

Com a ajuda da ONU foram feitas outras negociações visando a devolução das terras ocupadas pelos israelenses.

Em 1896 o primeiro ministro israelense foi substituído por Itzhak Shamir, que acabou com as negociações ocasionando várias rebeliões iniciadas em 1988.

A Autoridade Nacional Palestina sobre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foi estabelecida pelo acordo de paz assinado entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) em 4 de maio de 1994, no Cairo. O acordo prevê a retirada das tropas israelenses de quase toda a Faixa de Gaza e de uma região da Cisjordânia, ocupados desde 1967. Numa primeira etapa retiram-se as tropas da Faixa de Gaza e de uma região de 56 km2 na Cisjordânia. Mas os militares israelenses ainda ocupam uma parte da Faixa de Gaza e quase toda a Cisjordânia.

Conflito


Depois de 50 anos de existência Israel ainda tem problemas fronteiriços com a Síria e o Líbano, seus vizinhos, além da séria Questão Palestina.

Durante esse meio século de vida, o Estado judeu travou quatro guerras com os países árabes, além de ser agredido em 1991 com a Guerra do Golfo (Iraque x Kwait).

A primeira guerra, da Independência, ocorreu de 1948 a 1949 - quando Israel foi formado. Contra os israelenses estavam todos seus vizinhos árabes, mas que não foram suficientes para deter o novo Estado de vencer a guerra, conquistando ainda novos territórios e aumentando em 50% sua área.

O segundo conflito, a guerra dos seis dias, aconteceu em 1967, quando Israel obteve grandes conquistas sobre o Egito, Síria e Jordânia - ampliando ainda mais seu território.

No ano de 1973, eclodiu a guerra do Yom Kippur, com Egito e Síria tentando recuperar os territórios perdidos para Israel em 1967.

A quarta guerra, se é que pode ser considerada como tal, começou em 1982, e ganhou o nome de guerra do Líbano - foi a invasão do território libanês por israelenses formando a Faixa de Segurança, que dura até hoje, como a invasão das colinas de Golã, sírias desde 1967.

Em 1979, foi assinado um acordo chamado Acordos de Camp David, onde Israel concorda em devolver a Península do Sinai (Adquirida em 1967) para o Egito.

Contudo Israel, apesar de todas essas vitórias, não obteve paz; pois continua lutando com um quinto elemento: os palestinos, que foram destituídos de seu território e hoje se encontram vivendo em áreas sob controle israelense (Faixa de Gaza e Cisjordânia), o acampamentos em Israel ou refugiados em países árabes vizinhos.

Assim, desde a doação de uma parte da Palestina para os judeus pela ONU (Declaração de Balfour) não houve paz na região. Até entre os próprios judeus criou-se profunda divisão; a ponto do primeiro ministro de Israel Ytzak Rabin, em 1995, ser assinado por um judeu, apenas porque o ministro era favorável do Acordo de Oslo (1993 - "terra para os palestinos e os demais vizinhos em troca de paz para os israelenses"). Essa divisão entre israelenses ficou mais clara em 1996 com a eleição de Binyamin Netanyahu - para primeiro ministro - que defendia um estado judeu que ocupasse quase toda a terra de Israel.

A história dos judeus - A terra prometida


Analisando a Bíblia historicamente encontramos a história de um hebreu, chamado Abraão, obedecendo o comando de Deus, deixou a Mesopotâmia e estabeleceu-se em Canaã - passando assim a ser a Terra Prometida dos judeus.

Segundo a Bíblia, Abraão teve vários filhos entre eles, Isaac e Ismael, dos quais descendem respectivamente os judeus e os árabes. Jacó, os netos de Abraão e os filhos deste, mudaram-se para o Egito onde foram escravos durante 400 anos, até retornarem a Canaã.

Visando recuperar a Terra Prometida, Moisés, líder dos judeus libertou-os do escravismo fazendo uma peregrinação de 40 anos pelo deserto, durante o qual formaram o seu caráter de povo livre, levando-os assim a um grande amadurecimento.

Concretizando seu ideal, o povo judeu se estabeleceu às margens do Rio Jordão, na antiga Palestina, mas não satisfeitos, resolveram expandir suas fronteiras no reinado de Salomão que consolidou a Monarquia Judaica.

O império passou a se estender do Egito a Mesopotâmia. Mais tarde, dividiu-se em dois pequenos reinos que logo foram dominados pelos Babilônios que expulsaram os judeus deste território. Os Babilônios foram dominados pelos Persas, estes, pelos gregos, e estes últimos pelos Romanos.

Os Romanos permitiram a volta dos judeus a região sob diversas condições, fazendo com que muitos destes tornassem-se fanáticos, causando revoltas.

Num ato de covardia os Romanos atribuíram a culpa da crucificação de Jesus Cristo aos judeus, que por isso, até hoje são lembrados como anti-cristo.

Devido a isso surgiram diversos conflitos entre Cristãos e Judeus, como por exemplo as perseguições da inquisição da Idade Média, os pogroms (massacres organizados de judeus), na Europa Ocidental e até o Holocausto, em nosso século.

Antes do início da disputa por Canaã, judeus e árabes viviam em harmonia, por muitas vezes sofreram os mesmos destinos, contra inimigos comuns. Exemplo: contra os turcos-otomanos.

No século XIX os judeus conquistaram muitas vitórias, desenvolveram idéias sionistas ( movimento para a construção de uma nação judaica) e começaram a migrar para a Palestina. Mas, foi durante o século XX que os judeus viveram o período mais dramático de suas vidas.

Na volta para a Palestina, os judeus começaram a ocupar o território árabe fundando Kibutz ( fazendas coletivas) e cidades, criaram uma infra-estrutura e lançaram a luta pela independência política, e foi a partir disso que começaram os conflitos entre árabes e judeus.

Os judeus alegaram que seu povo seria extinto devido ao fato do Holocausto. Isso fomentou a idéia de se formar um estado judeu que servisse de Porto-Seguro para essa etnia. Após três anos do fim da Segunda Guerra Mundial, foi fundado o estado judeu chamado Israel, mas em seus 50 anos de vida não viveu em paz.

As guerras com os árabes continuam até hoje mesmo tendo sido assinados diversos acordos de paz com algumas nações árabes - sem resolver o problema dos árabes, palestinos que com a ocupação dos judeus foram desalojados, ficando assim sem pátria.


Arafat perde a paciência com Israel

Jerusalém é dividida em duas: a parte ocidental é Israelense e a oriental é Palestina. Israel recebeu uma montanha de críticas no Conselho de Segurança da ONU.

Tudo isso devido à um plano de assentamentos israelenses em Jerusalém e Cisjordânia para dificultar a tomada total desses territórios pelos Palestinos ( árabes) - desaceleração da Independência do Estado Palestino. Isso põe em risco o já moribundo processo de paz do Oriente Médio.

Israel ocupou Jerusalém na Guerra dos Seis Anos em 1967 e a anexou sem ser reconhecida pela comunidade internacional. Para Israel toda a cidade é sua capital.

De contra-ataque, Jerusalém anuncia que “não haverá paz, nem segurança, nem estabilidade”, se Jerusalém não for libertada.

Milhares pedem a Saddam Hussein: “Ataque Israel”


Yasser Arafat proibiu qualquer manifestação pró-Iraque nas áreas sob seu controle. Durante algum tempo, repetiram-se marchas pró-Saddam seguidas de choques com as forças de segurança israelenses, ainda presentes nos territórios.

Momentos antes desta proibição, milhares de palestinos, militantes da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e do grupo extremista Hamas (que se opõe aos acordos de paz firmados pela OLP com Israel) manifestaram-se em várias cidades apoiando o ditador Saddam Hussein e pedindo ainda, que ele volte a atacar Israel, como fez na Guerra de 1991. Atacando Israel, este não teria forças para impedir a independência da Palestina.

Questão Palestina

No início do século XX, cerca de um milhão de árabes habitavam a Palestina, que estava sob o domínio britânico. Após a primeira Guerra Mundial, iniciou-se uma luta nacionalista contra a ocupação britânica e a colonização judaica.

Em 45, a ONU aprovou a divisão regional, sendo a única forma de solucionar o conflito entre 1,3 milhão de árabes e 800 000 judeus, sendo decidido pela criação de dois Estados: um dos judeus, com 14 000 Km quadrados e outro árabe, com 11 500 Km quadrados. Os países árabes recusaram em aceitar o acordo o que levou a guerra de 1948/49.

CONSEQUÊNCIA: cerca de 1 milhão de palestinos árabes, que viviam sob a soberania israelense, perderam seus lares e refugiaram-se em acampamentos na faixa de gaza ou emigraram para outros países do Oriente Médio. Cerca de 300 000continuaram em Israel, passando a viver como cidadãos de segunda classe. Por outro lado, cerca da metade dos Palestinos árabes continuaram ma Cisjordânia a partir de 1948 e que em 1967 foi ocupada pelos israelenses.

Os palestinos fizeram movimentos dos mais variados grupos político-ideológicos, com a OLP sendo sua principal entidade e, liderada por Yasser Arafat, foi reconhecida inclusive pela ONU como legítima representante do povo palestino.

A partir de 1988, nas negociações para a formação do Estado Palestino, assumiram um novo significado quando o rei Hussein, da Jordânia, resolveu renunciar todos seus direitos sobre a Cisjordânia. Em agosto do mesmo ano, Arafat afirmou que ä OLP estava disposta a reconhecer Israel dentro da legitimidade nacional”.

Deste modo, o líder palestino estava retirando um dos últimos obstáculos para haverem negociações diretas entre Israelenses e Palestinos. A oferta palestina não teve boa resposta de Israel. O governo teve de manter a OLP como só uma organização terrorista e se recusou a ceder qualquer parte de seu território.
Vendo por outro lado, nos primeiros meses de 1989, Israel passou a enfrentar a intifada, uma oposição crescente dos árabes que residiam ali, cujos movimentos de rua já causaram morte a mais de mil pessoas.

O acordo de paz em resumo


* Israel aceita retirar suas tropas de 13% da Cisjordânia em três etapas, em um período de 12 semanas. O acordo prevê que os palestinos terão o controle de 40% da Cisjordânia e de 60% da faixa de gaza.
* A Autoridade da Palestina aceita prender 30 dos 36 palestinos procurados por Israel. A CIA decidirá se as provas apresentadas contra os detidos justificam a prisão. Os palestinos confiscarão armas ilegais.
* Um mês depois do início da retirada Israelense, os palestinos apresentaram um plano de combate ao terrorismo.
* Um comitê conjunto irá monitorar ações anti-israelenses em colégios e na mídia.
* Israel concordou em criar dois corredores entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia para permitir a passagem segura dos palestinos.
* O acordo reforça a proibição de serem tomadas decisões unilaterais, com a expansão dos assentamentos israelenses, o confisco de terras e a intenção palestina de declarar um Estado independente em 04 de maio de 1999.
* Israel aceitou liberar 750 dos 3000 palestinos que mantém presos.
* Os dois lados concordaram com a abertura de um aeroporto palestino na Faixa de Gaza.
* Israel permitirá a abertura de um porto em Gaza.
* Palestinos e Israelenses começarão, agora, discussões sobre o status final da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Nessas discussões serão tratadas as questões de Jerusalém (que os dois pleiteiam como sua capital), de refugiados palestinos, de repartição do abastecimento de água e dos assentamentos em territórios ocupados.

História do Iraque

História do Iraque
A história do Iraque inicia-se nos primórdios das civilizações; foi nesta região, maioritariamente equivalente à Mesopotâmia, que foram feitos os primeiros registros históricos, com o surgimento da escrita. Foi lá também, que surgiu a primeira civilização do mundo, a Suméria

Com efeito, tais registros remontam a mais de cinco mil anos, época em que nem mesmo existia boa parte do território do atual vizinho do Sul, o Kuwait, formando com sedimentos trazidos pelos rios Tigre e Eufrates.

Boa parte da história desta região é-nos trazida pela Bíblia, cujos primeiros livros são adaptações de histórias e lendas mesopotâmicas, a exemplo do primeiro, 'Génesis' que já localiza o próprio paraíso terrestre na localidade ainda hoje denominada Édem (ou Adem).

Versões muito mais antigas da lenda do dilúvio universal e da história de Jó, em escrita cuneiforme, podem hoje ser vistas no Museu do Louvre, que recebeu os primeiros materiais arqueológicos das primeiras expedições científicas napoleônicas ao oriente médio.

Sinteticamente, a história inicia-se com o estabelecimento dos Caldeus no sul da Mesopotâmia, sobre população já aculturada de sumérios e Acádios, e subsequente invasão pelos Assírios vindos do noroeste, que lhes cooptaram a adiantada civilização, em especial a escrita a partir da qual nos legaram registros.

Boa parte do período antigo é coberto pelas cidades-estado, muitas das quais enlaçadas em alianças temporárias e ocasionais. Mais adiante, a demorada hegemonia de algumas destas cidades, o acúmulo de poder bélicos de alguns reinos, resultaram na ampliação de territórios organizados sob impérios dinásticos.

Assim sucedeu com a Babilônia, que a certa altura, em expedição de guerra ao Egito, acabou por submeter os judeus ao conhecido Cativeiro da Babilônia de que fala a Bíblia, ocasião em que, afirmam historiadores de renome, estes teriam aprendido a escrita e teriam compilado lendas mesopotâmicas que inseriram na Bíblia.

É no período mais brilhante da civilização mesopotâmica que se fizeram as leis escritas mais antigas, tratando-se do Código de Hamurabi no qual, em três escritas diferentes, estão gravadas leis então vigentes, mas de origem muito mais antigas.

É aí que está escrita a Lei de Talião, cujo conhecido preceito olho por olho, dente por dente era realidade jurídica e legal. Foi também neste documento lítico que se iniciou a decifração do alfabeto cuneiforme, já que continha versões em outras escritas já conhecidas.

Mais adiante, o último e poderoso império babilônico acabou derrotado pelos Persas, cuja civilização e império aí se inicia (e novamente é a Bíblia que registra a libertação dos judeus e retorno à Palestina).


Índice [esconder]
1 A dominação persa
2 Dos macedônios aos partas
3 Romanos e persas
4 A supremacia árabe
5 As invasões mongóis
6 Os conflitos entre os turcos otomanos e os persas
7 A supremacia otomana
8 O mandato britânico
9 A consolidação da monarquia
10 A Segunda Guerra Mundial
11 A guerra com Israel
12 Pacto Pró-Ocidente
13 A crise do Suez
14 A doutrina Eisenhower e as federações árabes
15 Início da República do Iraque (1958-1979)
16 Golpes militares
17 Regime ditatorial de Saddam Hussein
17.1 A primeira guerra do Golfo: Irã-Iraque
17.2 A segunda guerra do Golfo: 1991
17.3 Período das sanções económicas: 1991-2003
17.4 A terceira Guerra do Golfo: 2003
18 Ver também
19 Ligações externas
20 Categorias de páginas


A dominação persa
Durante o reinado de Ciro, o Grande, rei da Pérsia, a Mesopotâmia foi transformada numa satrapia (como eram chamadas cada uma das províncias em que estava dividido o império persa) da Pérsia. Ciro permitiu que alguns judeus exilados na Babilônia voltassem à Palestina, mas muitos hebreus preferem ficar na Babilônia, onde se estabelece o segundo grande centro hebraico, sendo superado apenas por Jerusalém. No período, registrou-se um florescimento cultural, em que a literatura, a religião e as tradições sumerias e babilônicas eram preservadas nas escolas dos templos.

Dos macedônios aos partas

O Império de Alexandre, o Grande.A região saiu do domínio persa com a derrota do rei persa Dario III pelo imperador macedônico Alexandre, o Grande (ou Alexandre Magno), em 331 a.C. Esse fato marcou o inicio da colonização macedônica na região. A Babilônia tornou-se importante centro cultural, verdadeiro ponto de encontro entre as culturas grega e oriental. Depois da morte de Alexandre, a dinastia selêucida, da Grécia, reinou na Mesopotâmia por, aproximadamente, duzentos anos. Nos anos em que a Mesopotâmia estava incorporada ao Império Selêucida, a religião mesopotâmica sofreu influencias da cultura helenística. Por volta de 140 a.C., a Mesopotâmia foi incorporada ao Império Parta.

Romanos e persas

O Império romano no governo de Trajano.
O Império parta em 60 a.C.No ano de 115 d.C., o imperador Trajano submeteu a região até Singara. A partir do século III d.C., a luta de Roma dirigiu-se contra as pretensões sassânidas (dinastia que reinou na Pérsia de 224 a 651 d.C.) na Mesopotâmia. Em meio à desordem política generalizada, a Mesopotâmia converteu-se, por 10 anos, em parte do reino de Palmira (Síria), até a derrota de Zenóbia, rainha de Palmira, pelo imperador Aureliano. A luta contra os persas prosseguiu até o ano de 298 d.C., quando o imperador Diocleciano submeteu a Mesopotâmia ao poder de Roma. A luta, todavia, continuou e, em 363, os romanos conseguiram uma trégua, mas tiveram que ceder a região de Singara e Níbsis.

Depois da queda de Roma, os habitantes da Mesopotâmia ficararam repartidos entre o Império Bizantino (o Império Romano do Oriente, que sobreviveu mil anos à queda dos césares na Cidade Eterna) e o Império Persa, situação esta que se traduziu numa divisão religiosa. Sob o domínio de Roma, foi gradativa a difusão do cristianismo, por intermédio dos cristãos da Síria, que fundaram o bispado de Èdessa. Esse bispado converteu-se depois à heresia nestorianista, cujos integrantes se congregaram em Nísibis, em meio a uma complicada situação religiosa, na qual as decisões contra o monofisismo do Concílio de Calcedônia (451) acabaram por provocar a cisão dos cristãos em três grupos: nestorianos, jacobitas e melquitas. Os jacobitas e melquitas estavam na esfera de Constantinopla e os nestorianos e zoriostrianos orbitavam em torno dos vizinhos do Leste.

Depois de recuperar suas antigas fronteiras, perdidas durante o avanço de Cosroés I Anocharvan (rei sassânida também conhecido como Khosrô), por volta de 530 a Mesopotâmia do bizantina foi obrigada a enfrentar o agravamento do conflito com os persas, com a perda de diversas cidades e o exílio de um grande número de cristãos. No século VII, os árabes conquistaram a Mesopotâmia e daí até o século VIII a história da região se caracterizou não só por uma série de transformações culturais e sociais e pela fundação de grandes cidades, mas também por intrigas, violência e desordens.

A supremacia árabe

O Califado de 632 à 750.A conquista do que hoje é o Iraque começou em 633 e culminou em 636, na Batalha de Qadisiyah, uma vila no Eufrates a sul de Bagdá. Nessa batalha, um exército árabe-muçulmano, liderado pelo califa (chefe dos crentes, título de soberano muçulmano) Omar, derrotou decisivamente um exército persa seis vezes maior. O exército árabe moveu-se rapidamente até Ctesiphon, a capital do Império Persa, onde, em 637, venceu os sassânidas e capturou um grande tesouro deles. A maioria dos habitantes logo se tornou muçulmana, inclusive os curdos, embora pequenas comunidades de cristãos e judeus tenham permanecido na região mediante o pagamento de uma taxa. Instala-se, assim, a dinastia dos Omíadas. Esta dinastia, no auge do seu poder, governaria o maior império muçulmano de sempre – da Península Ibérica às portas da China.

Durante o predomínio muçulmano, teve inicio um período de tolerância religiosa e o idioma árabe passou a predominar sobre o siríaco. Em 750, disputas entre as facções muçulmanas dos abácidas e dos omíadas ameaçavam a estabilidade da região. Os omíadas abandonaram Damasco e instalaram-se em Harran, enquanto os abácidas fixaram-se no atual Iraque e passaram a governar o Islã.

Por volta do anos 762, o califa Al-Mansur (o segundo governante da recém implantada dinastia dos abácidas) chamou dois renomados astrônomos, um persa e outro judeu, para que projetassem uma nova cidade do seu império na mesma latitude da cidade de Damasco 33,33º entre as margens do Tigre e Eufrates . Em pouco tempo, eles apresentaram ao califa o projeto urbanístico. Tratava-se de uma urbanização circular semelhante a uma grande mandala vista do cosmo e cujas portas voltavam-se para os quatro cantos do mundo. O nome a ser dado era Madinat Al-Salãm (Cidade da Paz), e seria construída onde outrora ficava a aldeia de Bagdá. Esta cidade foi construída as margens do Tigre, num local onde esse rio se aproxima do Eufrates. A sua posição geográfica era exemplar, pois permitia o controle das férteis terras ribeirinhas, o domínio da desembocadura de ambos os rios (o Canal Chatt-el-Arab), bem como o porto de Bassora, situada quatrocentos quilômetros mais abaixo. Em 762 a capital foi transferida de Damasco para Bagdá, dando início ao Califado de Bagdá. De 762 a 1258, Bagdá foi a capital do califado dos abácidas. Durante esse período, idade de ouro da cultura e do poder islâmico, Bagdá se tornou a segunda maior cidade do mundo conhecido, atrás apenas de Constantinopla, e o mais importante centro de ciência e cultura. Por um tempo, o reino dos abácidas foi uma poderosa potência militar. Suas fronteiras alcançaram o sul da França, à oeste, e as fronteiras da China, à leste.

Em pouco tempo a cidade tornou-se centro de uma interminável peregrinação de estudantes que vinham de todas as partes do Islã para sentar-se próximos aos faylasuf, os filósofos, para beber-lhes a ciência. O saber deles era enciclopédico: homens como Al-Kindi (796-899) e Al-Farabi (870-950) podem ser considerados como os fundadores de um conhecimento verdadeiramente universal, enquanto Ibn Kaldun consagrou-se na história e Al-Khwarizmi (introduziu o conceito de álgebra na matemática). Apesar dos sábios de Bagdá forjarem toda a terminologia técnica da Kalam, a teologia islâmica, sofreram acirrada oposição de fundamentalistas como Ibn Hanbal, um reacionário que rejeitava todas as descobertas da ciência exata e da especulação filosófica por considerá-las heréticas e próximas do ateísmo. Mas os trabalhos da Casa da Sabedoria (instituição especializada em traduções) continuaram e serviram de base para que, em 1066, o vizir persa Nizam al-Mulk fundasse a primeira universidade árabe, que recebeu o nome de Nizamya.

O reinado do califa abássida Harun Al-Rachid representa o culminar da história da civilização islâmica, a hora mágica dos segredos da memória cuja perda os árabes de hoje ainda lamentam. Os contos As Mil e Uma Noites evocam essa era em que a cultura se refinou e floresceram as artes e as letras – num contraste brutal com as trevas da Europa da mesma época, apenas ligeiramente iluminadas pela claridade cintilhante do renascimento carolíngio. Com efeito, na época em que Carlos Magno reinava sobre as aldeias e as pequenas vilas muralhadas do Ocidente, Bagdad contava mais de um milhão de habitantes. Do porto de Baçorá, a sul, terra de Sindbad, o marinheiro, ficcionado pelos contistas orientais, partiam navios mercantes a comerciar por todo o Índico – os mesmos que Vasco da Gama encontraria volvido meio milênio.


Estátua eqüestre do Sultão da Síria e do Egito Saladino.O califado dos abácidas começou a declinar na segunda metade do século IX, quando os escravos africanos deram início à Guerra de Zanj, que durou de 869 a 883. Contribuíram para enfraquecer o poder a organização dos Mamelucos (escravos guerreiros turcos que se tornaram tão proeminentes na corte do califa que quase monopolizaram o poder), as pretensões do Egito quanto a soberania da região de Jazirah e uma restauração da influencia bizantina na dinastia macedônica. Ao agravamento da crise, em conseqüência das incursões dos turcos e das cruzadas, seguiu-se a vitória de Saladino (sultão do Egito e da Síria, cujo nome em árabe é Salah Al-Din Jusuf) sobre os cristãos, com o estabelecimento da supremacia egípcia no norte da Mesopotâmia.


O Império Sejúlcida em sua máxima extensão.Em 1055, os Seljúcidas, um clã turco sunita, ocupam Bagdá. Os turcos Seljúcidas respeitaram o califa abácida, mas só o permitiram ser um fantoche. No final do século XI o poder dos sejúlcidas começou a declinar.

As invasões mongóis

Hulagu Khan invade Bagdá.A prosperidade do Sul da Mesopotamia se manteve até o reinado do califa Nisir, que governou de 1180 a 1242. Com grandes ambições políticas, o soberano contratou mercenários mongóis, mas a decisão mostrou-se fatal para sua dinastia pois, em 1258, as hordas mongóis infrenes de Hulagu Khan, neto de Gêngis Khan, apoderaram-se de Bagdá. Hulagu passou pela espada 90 mil de seus habitantes, entre eles o 37º e último califa Nisir. Os mongóis saquearam Bagdá e destruíram todo o atual Iraque, inclusive o extraordinário sistema de irrigação da Baixa Mesopotâmia que os abácidas tinham constuído. Hulagu matou todos os estudiosos da cidade e ergueu uma pirâmide com seus crânios. No ano seguinte, o Norte também foi atacado e a Mesopotâmia teve assim, toda sua estrutura econômica e social arrasada. Douglas Clark escreveu sobre o saque de Bagdá em seu livro Hulagu's Ride:

"Começou então o saque de Bagdá/ Magníficas mesquitas/ Imensas bibliotecas da literatura persa e árabe/ A maior universidade do mundo/ Palácios, palácios, palácios/ Queimados e os homens assassinados/ Mulheres e crianças levadas para Caracorum como escravas".


O Império Mongol (1300 — 1405).A atual região do Iraque tornou-se uma das mais pobres províncias do Império mongol, uma negligenciada área de fronteira, abalada por conflitos internos e pela inépcia dos governantes enviados pelos mongóis, incapazes de reconstruir suas cidades e de manter o controle sobre a região. Em 1335 o último grande governante mongol morreu e a anarquia prevaleceu na Mongólia.

Em 1258-1515, o atual Iraque estava devastado. As desgraças de Bagdá, no entanto, não acabam por aí. Enquanto a Europa recuparava-se da Peste Negra mas permanecia ainda mergulhada na Guerra dos Cem Anos, as vagas humanas do conquistador turco Tamerlão (como os Europeus chamavam Timur Leng ou Timur, o coxo, conhecido ainda Príncipe da Destruição pelos asiáticos), restaurador do império mongol, saquearam Bagdá em 1401, massacraram muito de seus habitantes e destruíram a cidade por completo, não deixando pedra sobre pedra na que fora a jóia do Tigre. Por isso, nada resta do plano circular que caracterizava a Bagdá dos califas. Tamerlão também construiu uma pirâmide de crânios. A invasão e conquista de Bagdá marcou o fim de sua grandeza.

Os conflitos entre os turcos otomanos e os persas

O Império safávida em 1512.
O Império turco-otomano de 1481 à 1638.No século XIV, turcos otomanos e iranianos (persas) disputaram entre si a supremacia da região até que o império otomano assegurou seu controle no século XVII, o qual durou até o século XIX. Os turcos otomanos, não-árabes originários da Ásia Central e convertidos ao Islã sunita, há muito tempo vinham pressionando o Império Bizantino, acabando por instalara sua capital na cobiçada Constantinopla, a antiga Bizâncio, então rebatizada de Istambul (Ver: Tomada de Constantinopla pelos turcos liderados por Maomé II).


Xá Ismail I.
Sultão Solimão I, o Magnífico.O Império Otomano conquistou a região mesopotâmica em 1410. Em 1508 os persas, liderados pelo xá Ismail I, o fundador da dinastia dos safávidas, conquistaram a região, iniciando uma série de prolongadas batalhas com os otomanos. Em 1514 o sultão Selim, o Severo, atacou as forças de Ismail e, em 1534, os Otomanos, sob a liderança do sultão Solimão, o Magnífico (ou Suleiman), acabaram por dominar grande parte da região. O sultão soube conquistar a lealdade das populações fronteiriças e não encontrou resistência em seu ataque decisivo à capital. Os safávidas, sob a liderança do xá Abbas, recapturaram Bagdá e grande parte do atual território iraquiano em 1623, e as manteve até 1638, quando foram expulsos depois de várias manobras militares inteligentes do sultão Murad IV. O atual território do Iraque fez parte do Império Turco-Otomano por quase três séculos.

O maior impacto do conflito entre otomanos e safávidas sobre a história iraquiana foi o aprofundamento das desavenças entre xiitas e sunitas. Otomanos e safávidas usavam, respectivamente, sunitas e xiitas para mobilizar apoio interno. Assim, a população sunita sofreu bastante durante o breve reinado safávida (1623-1638), enquanto que os xiitas foram completamente excluídos do poder durante o longo período da supremacia otomana (1623-1916). Durante o período otomano, os sunitas ganharam experiência administrativa que lhes permitiu monopolizar o poder no século XX. Eles foram hábeis em se aproveitar das oportunidades econômicas e educacionais enquanto os xiitas, marginalizados do processo político, permaneceram politicamente impotentes e economicamente deprimidos.

A supremacia otomana

O Império Otomano em 1623.A história moderna do Iraque começa com a ultima fase da regência Otomana, durante o século XIX. Até a década de 1830, o sultão otomano, a partir do serralho de Topkapı (Istambul), governava tênuamente uma área vastíssima, que ia das portas de Viena aos molhes de Baçorá. Não fossem os tributos a pagar pelos povos, e quase se diria que essas províncias eram independentes, tão amplo se apresentava o grau de autonomia dos pachás locais. O verdadeiro poder no atual Iraque estava entre os poderosos líderes tribais e os governantes mamelucos. No Norte do atual Iraque, os emires curdos beneficiaram sobremaneira com a situação. Muitas das tribos nômades nunca chegaram a estar sobre pleno controle dos Otomanos. Os conflitos entre as diversas tribos nômades árabes da região, junto com as hostilidades entre persas e turcos, que persistiu até o século XIX, constituíram obstáculos a uma eventual unificação política.


Sultão Mahmut II.Na segunda metade do século XVII, os mamelucos estabeleceram um controle efetivo sobre o território que vai desde Bassora até as montanhas do Curdistão. Os mamelucos impuseram a autoridade do governo central e introduziram um governo funcional. O último líder mameluco, Daud (1816-1831), iniciou importantes programas de modernização, que incluíram a construção de canais, indústrias, o treinamento de 20 mil soldados e o começo de uma imprensa. O período mameluco terminou em 1831, quando uma grave enchente devastou Bagdá, possibilitando que o sultão otomano Mahmut II restabelecesse a soberania sobre o atual Iraque. O governo otomano foi instável. Bagdá, por exemplo, teve mais de dez governadores entre 1831 e 1869.

Em 1869, no entanto, os otomanos reconquistaram a autoridade quando Midhat Pasha foi indicado governador de Bagdá. Midhat imediatamente iniciou um processo de modernização do atual Iraque nos moldes ocidentais. Os objetivos primordiais das reformas, chamadas de tanzimat, eram reorganizar o exército, criar códigos penais e comerciais, secularizar o sistema educacional e melhorar a administração provincial. Ele criou assembléias representativas provinciais para ajudar os governadores e estabeleceu conselhos municipais eleitos nas cidades maiores. Midhat estimulou a sedentarização das tribos nômades com a venda de terras aos xeques, o que reduziu a influencia dos grupos que continuavam errantes. Os árabes começaram a experimentar as conseqüências dos novos e mais eficientes métodos administrativos otomanos, principalmente no recolhimento de impostos. O grande crescimento do Império Otomano fez surgir na ressentida população um forte espírito nacionalista árabe, encorajado pela estupidez das potências europeias.

Na última parte do século XIX, o Reino Unido e a Alemanha tornaram-se rivais no desenvolvimento comercial da área da Mesopotâmia. Os britânicos primeiramente se interessaram pela região. Em 1861 estabeleceram uma companhia de barcos à vapor no porto de Bassora. Enquanto isso, os alemães de Bismarck estavam planejando a construção de uma estrada de ferro no Oriente Médio. Apesar da oposição britânica, conseguiram uma concessão, a troco de concessões petrolíferas, para a construção de uma ferrovia ligando Bagdá a Baçora (Golfo Pérsico). Apesar da derrota, o governo britânico conseguiu consolidar sua posição no Golfo Pérsico fazendo tratados de proteção com os xeques árabes locais. O Reino Unido, a pretexto de defender a rota terrestre para o seu Império das Índias, ocupou não apenas aquele porto do Golfo Pérsico mas também as costas de Omã, o Catar e os pequenos emirados agora unidos sob uma bandeira única. Londres estendeu a seguir a mão para o Kuwait, um emirado dependente de Baçorá separado à força do seu tronco. O protesto turco de nada valeria, nem tão pouco o esforço de uma pequena tropa de voluntários da Mesopotâmia, prontamente desbaratada pelo fogo dos britânicos. Financistas britânicos obtiveram sucesso em conseguir uma concessão para, em 1901, explorar campos petrolíferos no Irã.

Em Novembro de 1914, depois que a Turquia entrou na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) ao lado dos dos Impérios Centrais, formadores da Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Áustria-Hungria), uma divisão de exército britânica acupou Bassora. Esta cidade foi ocupada porque os britânicos precisavam proteger os campos e as refinarias de petróleo iranianas. O exército britânico marchou gradativamente para o Norte, sob forte oposição otomana, até alcançar Bagdá em Março de 1917. Os turcos otomanos e os britânicos assinaram um armistício em Outubro de 1918, mas o exército britânico continuou a mover-se para o norte até capturar Mosul no início de Novembro. Com a captura de Mosul, a Grã-Bretanha externa seu controle sobre quase todo o atual Iraque.

O mandato britânico

Thomas Edward Lawrence, coronel e agente secreto britânico, induziu as tribos árabes a revoltarem-se contra os turcosAinda na Guerra, com o intuito de garantir o interesse dos Árabes numa revolta contra os turcos, o governo britânico prometeu a um grupo de líderes árabes que seu povo receberia a independência se uma revolta tivesse sucesso. Em Junho de 1916, irrompeu a Grande Revolta Árabe, liderada pelo saudita Hussein Ibn Ali, xerife de Meca. Sob a liderança do general britânico Edmund Allenby e com a direção do comando tático nas mãos do coronel britânico T. E. Lawrence (imortalizado como Lawrence da Arábia), as forças árabes e britânicas varrem de surpresa a infantaria otomana, libertando a maior parte dos territórios beduínos. Claro que isto só foi possível graças à ação da espionagem inglesa, e sobretudo das manobras do coronel Lawrence, dos serviços secretos.

Depois da assinatura o armistício com o governo otomano em 1918, o governo britânico e o francês emitiram uma declaração conjunta emitindo a intenção de assistir no estabelecimento de nações árabes independentes nas áreas que eram controladas pelo Império Otomano.

Na conferencia de Paz de Paris (1919), os aliados (a coalizão das nações vencedoras da Guerra, entre elas a França e a Grã-Bretanha), fez do Iraque um mandato Classe A, confiado aos britânicos. Sobre o sistema de mandatos, um território que fora ocupado pelos otomanos ou pelos alemães, eram nominalmente colocados sob a supervisão da Liga das Nações. A administração dos mandatos era delegada a uma das nações vitoriosas até que o território pudesse governar-se. Esperava-se dos mandatos classe A que alcançassem a independência em poucos anos. Em Abril de 1920 os governos aliados confirmaram a criação de um mandato britânico numa conferencia em São Remo, na Itália.

Em Julho de 1920, os árabes iraquianos começaram, revoltados com a quebra das promessas de Lawrence da Arábia, uma sublevação armada contra o exército britânico que ocupava o Iraque. A revolta foi esmagada em sangue pela incipiente mas já traquejada Real Força Aérea. Os britânicos foram forçados a gastar enormes quantidades de dinheiro para suprimir a revolta e o governo britânico concluiu que seria melhor acabar com seu mandato na Mesopotâmia. Ao comissário civil britânico (o mais alto administrador no Iraque) traçou um plano para instalar um governo provisório no novo estado do Iraque: um reino com um governo dirigido por um conselho de ministros árabes, sob a supervisão do Alto Comissionado Britânico. A Grã-Bretanha ofereceu-se para reconhecer o emir Ahd Allah Faissal, filho de Hussein, como governante do novo Estado. No plebiscito de Agosto de 1921, controlado pelo Colonial Office, a população das margens do Tigre e do Eufrates guiou, com 96% dos votos, Faisal (ou Faiçal) às alturas de rei do Iraque – uma designação que surge nessa altura, e que em árabe significa "a bem plantada", numa alusão à fertilidade dos terrenos mesopotâmicos.


Faisal ou Faiçal I (à direita) e Chaim Weizmann (também usando trajes árabes em sinal de amizade) em 1918.O novo monarca precisava construir sua base de apoio no Iraque. Ele concluiu essa tarefa principalmente ganhando apoio dos militares nascidos no Iraque que serviram no exército Otomano e dos árabes sunitas, líderes religiosos e comerciais em Bagdá, Bassora e Mosul. Para ganhar apoio dos xiitas do Sul, das tribos sunitas do centro-norte e dos curdos, o rei, com apoio dos britânicos, deu aos chefes tribais amplos poderes sobre suas tribos, incluindo poderes judiciais e de coleta de impostos nos seus domínios tribais. Os líderes urbanos árabes sunitas e alguns chefes curdos dominaram o governo e o exército, enquanto que os chefes árabes xiitas e, em menor extensão, chefes árabes sunitas dominaram o parlamento, decretando leis que os beneficiavam. As classes mais baixas não tinham participação nos negócios de Estado. Faziam parte dessa classe os camponeses pobres e, nas cidades, a grande camada de jovens educados no ocidente, que eram economicamente vulneráveis e dependiam do governo para arranjar emprego. Esse último grupo, conhecido como os efendiyya, tornou-se mais numeroso e inquieto. Tanto a elite governante quanto os efendiyya abraçaram a idéia do movimento pan-arabista, que sonhava juntar todas as regiões árabes em um único e poderoso Estado. O Pan-arabismo era visto como meio de unir a maioria da diversificada população através de uma identidade árabe comum. A elite defendia alcançar o pan-arabismo através da diplomacia, com o consentimento britânico, enquanto que os efendiyya desenvolveram uma ideologia radical, revolucionária e anti-britânica.

A consolidação da monarquia
A integridade do recém-instalado Estado foi desafiada por vários grupos com aspirações separatistas, como os xiitas da área do rio Eufrates e as tribos curdas do norte. Esses grupos agiram em conjunto com as forças armadas turcas, num esforço de tomar a região de Mosul para a Turquia. Deste modo, a Grã-bretanha foi obrigada a manter um exército no Iraque, e as agitações contra o mandato britânico continuaram. O rei Faisal I (ou Faiçal I) requereu solenemente que o mandato sobre o qual o Iraque era mantido fosse transformado em um tratado de aliança entre duas nações. Apesar da Grã-bretanha não ter terminado o mandato, em Junho de 1922 foi assinado um tratado de aliança entre o Iraque e a Grã-bretanha. O tratado requeria que o rei ouvisse os britânicos em todos os assuntos que afetassem os interessem britânicos e que oficiais britânicos servissem em postos governamentais específicos. Em retorno, os britânicos forneceram assistência militar e outros auxílios para o Iraque. Os britânicos também criaram um exército nacional Iraquiano, que se transformou numa indispensável ferramenta de controle interno da elite governante.

Na primavera de 1924 uma assembléia constituinte se reuniu. Uma lei orgânica estabelecendo a forma de governo permanente no Iraque passou. Ao rei foi dado grande poder, porém não absoluto. Ele podia dissolver o parlamento, convocar novas eleições e apontar o primeiro-ministro. Eleições para o primeiro parlamento iraquiano foram feitas em Março de 1925. No mesmo ano, a província de Mossul é incorporada ao Iraque. Ainda em 1925 foi dada a uma companhia petrolífera estrangeira uma concessão de exploração das reservas de petróleo da região de Bagdá e Mosul. Em 1927, a Iraq Petroleum Company, sediada em Londres, inicia a exploração de petróleo. No mesmo ano Faisal pediu ajuda do governo britânico para amparar a solicitação de ingresso do Iraque na Liga das Nações. A Grã-bretanha recusou-se a fazê-lo no momento, mas, em Junho de 1930, um novo tratado de aliança entre a Grã-bretanha e o Iraque incluía uma recomendação britânica para que o Iraque fosse admitido na Liga como um Estado livre e independente. A recomendação foi feita no mesmo ano e o mandato britânico terminou oficialmente – sem que isso implicasse, de qualquer modo, a retirada da potência ex-mandante, que continuou a administrar o país através de Faiçal até à morte deste. Com o fim do mandato, o Iraque oficialmente conseguiu também sua independência. Em Outubro de 1932 o Iraque entrou na Liga das Nações como um Estado livre e soberano. Faisal I morreu em 1933 e foi sucedidas por Ghazi, seu filho. Em 1936, sob o reinado de Ghazi I, começou a se desenvolver no Iraque um movimento em busca da união de todos os árabes, conhecido como pan-arabismo.


Faisal II em um selo iraquiano.O novo rei, uma radical figura pan-arabista e antibritânica, morreria por sua vez em 1940, aos 28 anos, num acidente automobilístico de recortes suspeitos, tanto mais que eram notórias as suas ligações à oposição kuwaitiana, que propugnava a reintegração do pequeno emirado à Mesopotâmia a que sempre pertencera. Em 1939, subiu ao trono o pequeno Faiçal II, que tinha quatro anos, motivo pelo qual se estabeleceu uma regência. Coube ao tio deste, Abdulillah, que se entregou-se ainda mais a Grã-Bretanha e seus interesses pretolíferos.

A Segunda Guerra Mundial
De acordo com o tratado de aliança com os britânicos, o Iraque rompeu as relações diplomáticas com a Alemanha no início de Setembro de 1939, no começo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Durante os primeiros meses da guerra, o Iraque tinha um governo pró-britânico com o General Nuri as-Said como primeiro-ministro. Em Março de 1940, entretanto, Saíd foi substituido por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical, que instaurou de imediato uma política de não-cooperação com os britânicos. Os britânicos pressionarm oi iraquianos para que cooperassem com eles. Essa pressão precipitou uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, e foi formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Alarmados ante a política de não cooperação com a Grã-Bretanha, os britânicos desembarcaram tropas em Baçorá. Declarando esse ato como uma violação do tratado entre o Iraque e a Grã-Bretanha, Gailani mobilizou o exército iraquiano, e a guerra entre os dois países começou em Maio. O grave era que os sublevados haviam pedido auxílio à Alemanha de Hitler e à Itália de Mussolini. Do ponto de vista local, todas as formas de combater o julgo britânico eram válidas. No final daquele mês, o governo iraquiano reconheceu sua derrota. Os termos do armistício reestabeleceram o controle britânico sobre o transporte iraquiano. Seguiu-se a formação do governo do regressado Abdullilah, chefiado quase em permanência durante os quinze anos seguintes pelo chefe de gabinete Nuri Saíd, cuja política era pró-britânica. A Grã-Bretanha acupou o Iraque até 1945. É o mundo de Hergé e das aventuras de Tintin.

Em 1942 o país ransformou-se em um importante centro de suprimento para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio e de ransbordo de armas para a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em 17 de Janeiro de 1943o Iraque declarou Guerra à Alemanha, sendo o primeiro país islâmico independente a fazê-lo.

A guerra com Israel
Ver artigo principal: Primeira Guerra árabe-israelense.
Durante 1945-1946, as tribos curdas do nordeste estavam num estado de inquietação - apoiadas´, acreditava-se, pela União Soviética (URSS). Os britânicos, temendo uma intromissão soviética nos campos petrolíferos iraquianos, deslocou tropas para o Iraque. Em 1947, Saíd começou a defender uma nova proposta para uma federação de Estados Árabes. Ele sugeriu que a Transjordânia (atual Jordânia) e o Iraque fosse unidos e começou negociações com o rei da Transjordânia a respeito de sua proposta. Em Abril de 1947 um tratado de afinidade e aliança foi assinado pelos dois reinos, estabelecendo auxílio militar e diplomático mútuo. Em 1948, o Iraque aderiu à Liga Árabe.

Ao declarar-se a independência de Israel, em maio de 1948, os exércitos do Iraque e Transjordânia invadiram o novo Estado. Durante todo o restante do ano as forças armadas iraquianas continuaram a combates os israelenses, e a nação continuou os trabalhos diplomáticos com o reino da Transjordânia. Em Setembro, o Iraque juntou-se a Abdullah ibn Hussein, rei da Transjordânia, na denúncia de que estabelecer um Estado árabe na Palestina era igual a reconhecer a partilha da Palestina em Estados árabe e judeu, que o Iraque era contra.

Com a derrota geral das forças árabes que atacavam Israel, entretanto, o governo iraquiano preparou-se para negociar um armistício, representado pela Transjordânia. Em 11 de Maio de 1949, um cessar-fogo entre Israel e Transjordânia foi assinado, mas o Iraque continuou a combater os israelenses área árabe ocupada no centro-norte da Palstina. Tropas da Transjordânia subistituíram as unidades do Iraque nessa área, nos termos do armistício assinado em 3 de Abril de 1949. Terminado o conflito, a maioria dos 80 mil judeus da Mesopotâmia emigraram para o Estado hebraico.

Pacto Pró-Ocidente
Em fevereiro de 1955, o Iraque concluiu com a Turquia o Pacto de Bagdá, um acordo de segurança mútua. Os planos para transformar a aliança em um sistema de defesa do Oriente Médio fizeram com que os dois países convidassem os outros Estados árabes, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e o Paquistão a aderir ao pacto. A Grã-Bretanha juntou-se a aliança em Abril, o Paquistão tornou-se um signatário em Setembro e o Irã, em Novembro. Naquele mês, as cinco naões estabeleceram a Organização do Tratado do Oriente Médio. O Iraque alinhou-se formalmente com os ocidentais, pondo fim a veleidade de aproximação com a URSS e o Egito não-alinhado de Gamal Abdel Nasser (cuja revolução dos Oficiais Livres triunfara recentemente no Cairo, pondo termo ao regime pró-britânico do corrupto rei Faruk). A Pax-Britânica estava condenada.

A crise do Suez
Ver artigo principal: Guerra do Suez.
Em julho de 1959, a Jordânia (como a antiga Transjordânia fora renomeada) acusou Israel de estar preparando e organizando tropas de invasão perto de Jerusalém. O Iraque, então, deslocou tropas para a fronteira jordaniana. No mesmo mês, em resposta a nacionalização por parte dos egipsios do canal de Suez - que os britânicos e franceses controlavam -, o governo iraquiano expressou um claro apoio ao Egito. No desenrolara da Crise do Suez, o Egito foi invadido por Israel, Grã-Bretanha e França em outubro de 1956. Dentro de uma semana, entretanto, a ONU, estimulada pelos EUA e URSS, exigiu um cessar-fogo, forçando a Grã-Bretanha, França e Israel a recuarem das terras que tinham capturado. No começo de Novembro, tropas iraquianas e sírias ocuparam posições na Jordânia, de acordo com os termos do tratado de mútua defesa.

A doutrina Eisenhower e as federações árabes
Em janeiro de 1957, o Iraque apoiou a recém-promulgada Doutrina Eisenhower. Essa doutrina determinava que os EUA daria ajuda militar a qualquer governo do Oriente Médio cuja estabilidade estivesse ameaçada por agressão comunista.

Em fevereio de 1958, depois de uma conferência entre Faisal II e Hussein I (rei da Jordânia), o Iraque e a Jordânia confederaram-se. A nova união, posteriormente chamada de União Árabe da Jordânia e Iraque (Arab Union of Jordan and Iraq), foi estabelecida como uma medida defensiva contra a República Árabe Unida (RAU), uma federação do Egito e Síria formada em fevereiro do mesmo ano. A constituição da confederação recém formada foi promulgada sumultaneamente em Bagdá e em Amã, em 19 de Março, e o documento foi ratificado pelo parlamento iraquiano em 12 de Maio. Ainda em Maio, Nuri as-Said, ex-primeiro-ministro do país, foi nomiado premier da União Árabe.

Início da República do Iraque (1958-1979)
Em 1953, foram feitas as primeiras eleições parlamentaristas por sufrágio direto. Restabeleceu-se o governo constitucional e Faiçal II cedeu o trono formalmente.

A tendência pró-ocidental da União Árabe (federação da Jordânia e Iraque), a repressão que sofriam os grupos opositores e o entusiasmo que a criação da República Árabe Unida (RAU), da federação do Egito e da Síria levantou entre os dirigentes nacionalistas do Iraque, (que viam a possibilidade de levar a cabo seus ideais de pan-arabismo), acabaram com a monarquia.

A República Árabe Unida, amargamente antagonista á União Árabe pró-ocidente, despachou repetidas chamadas de rádio incitando a população, polícia e exército do Iraque a derrubarem o governo do país. No dia 14 de Julho de 1958 o exército Iraquiano fez um repentino golpe de estado pan-arabista, liderado pelo general iraquiano Abdul Karim Kassem. O rei rei Faisal II, de 23 anos de idade, foi assassinado, juntamente com a sua família. O primeiro-ministro Nuri as-Said, que era tido como uma figura símbolo da ligação ao Reino Unido foi linchado nas ruas de Bagdad. A União com a Jordânia foi terminada e o novo governo anunciou uma aproximação com a RAU e a dissolução da União Árabe. Foi posto fim à monarquia, fundando-se a República do Iraque.

No seguimento do golpe de Estado de 1958 tiveram lugar algumas reformas sociais e democráticas. Foi aprovada uma nova Constituição, foi permitida a formação de partidos e de sindicatos.

O petróleo foi nacionalizado, bem como outras indústrias, e uma reforma agrária incipiente foi lançada. Ao mesmo tempo era denunciado o pacto de Bagdá e estabelecidas relações próximas com a República Árabe Unida (15 de Julho). Kassem, entretanto, fez tentativas de ganhar a confiança do Ocidente mantendo a oferta de petróleo. Em março de 1959 o Iraque abandonou o pacto de Bagdá, que foi então renomeado de Organização do Tratado Central (Central Treaty Organization). Em junho de 1959 o Iraque abandonou o bloco esterlino - grupo de países cuja moeda corrente era vinculada a libra esterlina britânica.

Após o término do mandato britânico no Kuwait (junho de 1960), o Iraque reinvindicou o território, declarando que a área fazia parte do Estado Iraquiano na época de sua formação. Convidadas pelo governante kuwaitiano, forças britânicas entraram no Kuwait em Julho. O Conselho de Segurança da ONU rejeitou um pedido iraquiano ordenando sua retirada.

Em 1961, houve uma rebelião curda. O governo do Iraque afirmou que suprimiu a rebelião no Norte do país em 1961-1962. A agitação curda persistiu, entretanto. O longo conflito foi temporariamente apaziguado no começo de 1970, quando o governo prometeu formar uma região curda autônoma e admitiu ministros curdos no gabinete.

Golpes militares
Na luta pelo poder que se seguiu entre os golpistas, Qasim levou a melhor sobre Arif, que foi preso. Qasim prosseguiu inicialmente as reformas (reforma agrária de 30 de Setembro de 1958), passou no entanto a governar de forma cada vez mais autoritária. Em pouco tempo tinha-se estabelecido um regime militar autoritário.

Entre 1963 e 1966 registraram-se golpes palacianos sangüinários. Em 8 de Fevereiro de 1963, Kassem foi deposto por um grupo de oficiais, muitos deles pertencentes ao partido Baath, e assassinado no dia seguinte. Abdel Salem Aref (Abdul Salam Arif) tronou-se presidente e as relações com o ocidente melhoraram. Em abril de 1966, Aref morreu num acidente de helicóptero e foi sucedido por seu irmão, o general Abdel Rahman Aref (Abdul Rahman Arif).

Durante a Guerra árabe-israelense dos Seis Dias (1967), tropas e aviões iraquianos foram mandados para a fronteira da Jordânia-Israel. Mais adiante, declarou guerra a Israel e fechou seus oleodutos, cortando a provisão de petróleo aos países ocidentais, enquanto rompia relações diplomáticas com os Estados Unidos.

Em julho de 1968 houve um golpe militar, o partido Baath (o qual tinha sido fundado por Michel Aflaq na Síria) assume o poder e o general Ahmad Hassan Al-Bakr, um ex-primeiro-ministro, se colocou a frente do Comando Supremo da Revolução. Al-Bakr tornou-se presidente da República, sendo o seu braço-direito Saddam Hussein (então com 31 anos).

Nacionalista, a nova equipe dirigente nacionaliza totalmente o petróleo e as companhias petrolíferas estrangeiras operantes no Iraque (1972 à 1975). Dentre as companhias nacionalizadas estava a companhia petrolífera nacional iraquiana (nacionalizada em Junho de 72), que era até aí propriedade de consórcios britânicos, franceses e americanos, bem como da Fundação Gulbenkian.

O país desfrutou do massivo aumento dos rendimentos do petróleo que começaram no final de 1973, quando o preço internacional do produto aumentaram exorbitantemente. À essa altura, tornou-se um país rico. A grande descoberta de petróleo nas adjacências de Bagdá foi divulgada publicamente em 1975.

Na política internacional, o Iraque distanciou-se neste período das nações ocidentais e passou a ser apoiado pela União Soviética. A equipe dirigente assina um tratado de amizade com Moscou e convida dois comunistas para o Executivo.

A posição de certos países árabes com relação à Israel causou alguns atritos entre o Iaque e seus vizinhos. Em 1971, o Iraque fechou sua fronteura à Jordânia e pediu a expulsão desse país da Liga Árabe por causa do esforço dos jordanianos em esmagar o movimento guerrilheiro palestino operante dentro de suas gronteiras.

O Iraque ajudou a Síria com tropas e equipamentos durante a Guerra árabe-israelense de 1973 (Guerra do Yom Kippur). Clamando por ações militares contínuas contra Israel, o Iraque denunciou o cessar-fogo que acabou com o conflito e se opôs ao acordo negociado interinamente com Israel entre Egito e Síria em 1974 e 1975.

No início de 1974, irrompeu uma luta no Iraque setentrional entre as forças governamentais e os nacionalistas curdos, que achavam inadequada a nova lei de autonomia curda baseada no acordo de 1970. Os curdos, liderados por Mustafa al-Barzani, receberam armamento e outros suprimentos do Irã. Em 1975, um acordo com o Irã (fazendo concessões para acabar com disputas de fronteira) obtêm armistício com os curdos.

Regime ditatorial de Saddam Hussein

Saddam Hussein.Em 15 de Julho de 1979, data da demissão de Ahmed Hasan Al-Bakr por motivos de saúde, o general sunita Saddam Takriti Hussein assumiu o poder, cercando-se imediatamente de uma dezena de oficiais leais, os quais colocou em cargos de responsabilidade. É então que o poder se torna verdadeiramente autocrático, com os primeiros anos de goveno do auto-intitulado El-Raïs el-Monadel (o Presidente Combatente) a serem marcados pela execução de centenas de oposicionistas e o gaseamento de 5.000 curdos em Halabja.

A primeira guerra do Golfo: Irã-Iraque
Surpreendido (tal como o Ocidente e as Monarquias do Golfo) pela derrubada do Xá do Irã, Reza Pahlevi, através da revolução fundamentalista do aiatolá Khomeini, Saddam (que também desejava recuperar o controle do Chatt al-Arab) lançou-se, em 22 de Setembro de 1980, numa guerra com o Estado vizinho (Guerra Irã-Iraque).

A 7 de Julho de 1981 um raid da aviação israelita destruiu um reactor nuclear perto de Bagdá, na posse do Iraque. Um reactor que tinha sido vendido a Saddam Hussein pelos franceses. Os israelenses alegaram que a função do reator era desenvolver armas nucleares para serem usadas contra Israel.
A partir de 1983 os EUA aumentaram a sua presença no Golfo Pérsico. O Iraque foi apoiado na guerra contra o Irão pelo Kuwait, a Arábia Saudita e outras nações árabes.
Em Fevereiro de 1986 a península iraquiana de Fao é ocupada por tropas iranianas.
A 16 de Março de 1988, a cidade curda de Halabdscha é bombardeada com gás venenoso.
A 20 de Agosto de 1988 termina a guerra Irão-Iraque, com 250 mil mortos do lado iraquiano.
Em Setembro de 1988 são gaseados os curdos que apoiaram o Irão.
A segunda guerra do Golfo: 1991
Ver artigo principal: Guerra do Golfo.

Soldados britânicos na Guerra do GolfoTerminada a Guerra Irão-Iraque, Saddam Hussein estava fortemente endividado. Um dos principais credores era o vizinho Kuwait. A anexação do Kuwait - e dos seus poços de petróleo - apresentou-se então ao Raïs como uma solução genial. Há décadas que Bagdá reivindicava a reabsorção do emirado arrancado pelos ingleses.

Em 2 de agosto de 1990 as tropas de Bagdá entraram em Kuwait City e recusam-se a abandonar o país, apesar da condenação da ONU. Em Janeiro, quinhentos mil soldados de treze países, encabeçados pelos Estados Unidos e apoiados pela ONU e pela OTAN, restituem o pequeno país ao emir, irrompem no Iraque e aceitam a rendição do exército de Saddam. As forças iraquianas no Kuwait foram derrotadas facilmente, muitas delas rendendo-se voluntariamente à coligação. Antes disso, a coligação bombardeara toda a velha Mesopotâmia durante seis semanas, destruindo as infra-estruturas que os seus próprios governos haviam ajudado a criar e fazendo milhares de vítimas civis.

Após o cessar fogo e o acordo de paz, o governo iraquiano utilizou os restos de seu exército para acabar com a rebelião dos xiitas no sul e dos curdos no norte. Centenas de milhares de curdos se refugiaram na Turquia e no Irã e tropas dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha se instalaram no norte do Iraque para estabelecer campos de refugiados.

Uma zona de exclusão aérea, no Norte, foi imposta pela ONU para proteger os curdos. Em 1993, outra zona, ao sul, foi criada para proteger os xiitas. O poder central se limita a metade do território do Iraque. Essas duas vastas zonas de exclusão aérea são interditas a aparelos locais e constantemente patrulhadas por caças-bombardeiros norte-americanos e ingleses. Periodicamente, ao longo da década de 90, a RAF e a USAF lançaram ataques ao solo, e a própria cidade de Bagdá foi por mais de uma vez alvejada. Em 1994, Saddam Hussein reconhece oficialmente a independência do Kuwait.

Período das sanções económicas: 1991-2003
A 6 de Agosto de 1990 o conselho de Segurança das Nações Unidas adoptou a resolução 661, a qual impunha sanções económicas ao Iraque, incluindo o embargo comercial, excluindo material médico, alimentação e outros itens de necessidade humanitária, a serem determinados pelo comité de sanções do conselho de segurança.

O Iraque foi autorizado, de acordo com o programa das Nações Unidas Oil-for-Food (Resolução 986), a exportar 5,2 bilhões de dólares de petróleo todos os seis meses (ou seja 10,4 biliões de dólares por ano) para poder comprar os itens de sustento da população. No entanto, apesar do programa, de acordo com estimativas da ONU, cerca de um milhão de crianças iraquianas morreram durante o embargo, devido à malnutrição e falta de medicamentos.

Com a imposição do embargo econômico, a nação de Saddam Hussein viveu uma profunda crise interna, nomeadamente econômica, mas mesmo assim o regime de Saddam manteve-se inabalável. Em eleições supostamente livres, realizadas em 1995, o povo optou pela permanência de Saddam Hussein no poder.

Na primavera de 1996, a ONU pôs fim ao embargo que pesava sobre o petróleo iraquiano. Em outubro de 1997, a Grã-Bretanha ameaçou usar a força quando o Iraque não permitiu a entrada de uma equipe da ONU no país.

Houve um período de delicado equilíbrio nas relações, mas, em setembro de 1998, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou por unanimidade uma resolução, mantendo as sanções contra o Iraque até que Bagdá voltasse a cooperar com os inspetores do desarmamento. Atendendo ao apelo da China, da França e da Rússia, o Conselho acenou com a possibilidade de retomar a cooperação, o que previa um exame conjunto das relações do Iraque com a ONU.

Após a carta entregue in extremis ao secretário geral da ONU, Kofi Annan, pelo vice-primeiro-ministro do Iraque, Tarif Aziz, foi suspensa pelo presidente norte-americano Bill Clinton a intervenção militar no Iraque. Na carta, o presidente iraquiano Saddam Hussein decidia, finalmente, voltar a cooperar com o desarmamento do país, permitindo a volta dos inspetores da Comissão Especial da ONU. Em dezembro de 1998, ao final de uma série de inspeções fundamentais para testar a cooperação do Iraque, duas equipes de inspetores integrantes da comissão encarregada do desarmamento iraquiano deixaram Bagdá. O chefe dos inspetores, Richard Butler, declarou ter sido impedido de entrar em alguns prédios em Bagdá, o que considerou, em seu relatório, "um fato grave". Poucos dias depois, começou a operação militar de represália contra o Iraque, levada a cabo durante quatro dias pelas forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, motivada pela negativa do presidente iraquiano, Saddam Hussein, de colaborar com os inspetores do desarmamento da ONU. Uma comissão de desarmamento (Unmovic) foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU em dezembro de 1999. Em 17 de janeiro de 2000, Kofi Annan, designou Rolf Ekeus para dirigir a comissão. O Iraque manteve sua recusa de cooperar com a Unmovic.

A terceira Guerra do Golfo: 2003
Ver artigo principal: Invasão do Iraque.
Em 2003, norte-americanos e britânicos (com concurso de outros países), alegando que o Iraque detinha armas de destruição massiva, invadiram o Iraque, sem o aval da Organização das Nações Unidas, que não se convenceu com as "provas" mostradas pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, Collin Powell, e em total desrespeito à justiça internacional invadiram o Iraque.

A decisão de invadir o Iraque teve declarada oposição de muitas nações entre as quais sobretudo a França, cuja empresa estatal Total-Fina-Elf detinha contratos com Sadam Hussein para a exploração de campos de petróleo de Majnoon e Nahr Umar, os quais representam cerca de 25% do petróleo do Iraque, para além de ser credor de uma larga dívida do ditador. A França era antes da invasão do Iraque também um dos principais parceiros comerciais do ditador, sendo responsável por cerca de 13% das importações de armas entre 1981 e 2001, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI).

Ver também
Lista de reis do Iraque
Kanan Makiya
Ligações externas
PERÍODO OTOMANO (1534-1918)

História do Iraque - Wikipédia, a enciclopédia livre

História do Iraque - Wikipédia, a enciclopédia livreA CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA

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A Mesopotâmia é uma região histórica do Oriente Médio (Ásia), incluída no Iraque e banhada pelos rios: Tigre e Eufrates. A palavra mesopotâmia, em grego, significa região entre rios. Estendendo-se desde o Deserto da Síria , a N.O,até as margens do Golfo Pérsico, a S.E., compreende duas áreas distintas:

1.

O Planalto ou Alta Mesopotâmia , de constituição geológica complexa, onde predominam formas muito eruditas;
2.

A Planície ou Baixa Mesopotâmia , de origem rudimentar recente, cheia de lagoas, pântanos e canais naturais.

Uma elevação de 75 metros de altura, situada nas proximidades da cidade de Bagdá, marca o limite entre ambas.

É exatamente nesse ponto que se aproximam bastante os cursos dos dois famosos rios: o Tigre, que desce das montanhas do Curdistão, e o Eufrates, que procede do Planalto da Anatólia, entrelaçando suas águas através de pântanos , lagos e canais. Afastam-se a seguir, para reencontrarem-se pouco antes da foz, fundindo-se num só: o Chat-el-Arab (Rio dos Árabes), que se lança no Golfo Pérsico.

Em junho e julho, as águas desses rios avolumam-se, devido à fusão das galerias existentes nas cabeceiras e pelas fortes chuvas que caem nos cursos superiores e transbordam por sobre a planície, fertilizando-se nas cabeceiras.

Essa rica planície atraiu uma série de povos, que se encontraram e se misturaram , empreenderam guerra e dominaram uns aos outros , formando o que denominamos "civilização mesopotâmica". Entre esses povos temos:

1.

Os Sumérios
2.

Os Babilônicos
3.

Os Assírios
4.

Os Caldeus



II – RELAÇÕES SOCIAIS NA MESOPOTÂMIA

A sociedade mesopotâmica era dividida em castas. Os sacerdotes, os aristocratas, os militares e os comerciantes formaram castas privilegiada (a minoria). A maioria da população era formada pelos artesões, camponeses e escravos.



III – A RELIGIÃO

Os mesopotâmicos adoravam diversas divindades e acreditavam que elas eram capazes de fazer tanto o bem quanto o mal. Os deuses diferenciavam-se dos homens por serem mais fortes, todo-poderosos e imortais. Cada cidade tinha um deus próprio, e, quando uma alcançava predomínio político sobre as outras, seu deus também se tornava mais cultuado.

No tempo de Hamurábi, por exemplo, o deus Marduc da Babilônia foi adorado por todo o império.

A divindade feminina mais importante era Ihstar, deusa da natureza e da fecundidade. Os Sumérios consideravam como principal função a desempenhar na vida, o culto a seus deuses e quando interrompiam as orações, deixavam estatuetas de pedra que os representavam diante dos altares, para rezarem em seu nome.



IV – ORGANIZAÇÃO POLÍTICA

Os pântanos da antiga Suméria (hoje sul do Iraque), foram o berço das cidades-estados do mundo. As cidades-estados pertenciam a um Deus, representado pelo Rei. A autoridade do Rei estendia-se a todas as cidades-estados. Ele era auxiliado por sacerdotes , funcionários e ministros .

Legislava em nome das divindades, assegurava as práticas religiosas, zelava pela defesa de seus domínios, protegia e regulamentava a economia.

O mais ilustre soberano da Mesopotâmia foi Hamurábi, por volta de 1750 A.C., um Rei Babilônico, que conseguiu conquistar toda a Mesopotâmia . Hamurábi fundou um vasto Império, ao qual impôs a mesma administração e as mesmas leis. Era uma legislação baseada na lei de Talião (Olho por Olho, Dente por Dente, Braço por Braço, etc)

É o famoso código de Hamurábi, o primeiro conjunto e leis escritas da História.



V - A ECONOMIA

A Mesopotâmia manteve sempre permanente contato com os povos vizinhos. Babilônia e Nínive eram ligadas entre si por canais e eram as duas cidades mais importantes. A navegação nos rios Tigre e Eufrates era feita em barcos. As principais atividades econômicas eram a agricultura e o comércio. Os mesopotâmios desenvolveram também a tecelagem, fabricavam armas, jóias e objetos de metal; mantinham escolas profissionais para o aprimoramento de fabricação de armas e cerâmicas.

Os comerciantes andavam em caravanas, levando seus produtos aos países vizinhos e às regiões mais distantes. Exportavam armas, tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes.

Dessas terras traziam as matérias-primas que faltavam na Mesopotâmia, como o Marfim da Índia, o Cobre de Chipre e a madeira do Líbano.



VI - A CIÊNCIA

Embora a roda do oleiro tivesse sido inventada nos tempos pré-históricos, foram os Sumérios que construíram os primeiros veículos de rodas.

Desenvolvendo os conhecimentos adquiridos pelos Sumérios, os Babilônicos fizeram novas descobertas, como o Calendário e o relógio de Sol.

Os Caldeus, sem dúvida, os mais capazes cientistas de toda a história mesopotâmica, tendo deixado importantes contribuições no campo da astronomia. Os mesopotâmios também conheciam pesos e medidas.

Podemos citar como legado Mesopotâmico:

Devemos aos Mesopotâmicos, vários elementos de nossa própria civilização, como:

*

O ano de 12 meses e a semana de 07 dias,
*

A divisão do dia em 24 horas,
*

A crença nos horóscopos e os dozes signos do zodíaco,
*

O habito de fazer o plantio de acordo com as fases da lua,
*

O círculo de 360 graus,
*

O processo aritmético da multiplicação.



VII - A ESCRITA

A invenção da escrita é atribuída aos Sumérios.

Eles escreviam na argila mole com o auxílio de pontas de vime. O traço deixado por essas pontas tem a forma de cunha (V), daí o nome de " escrita cuneiforme" .

Com cilindros de barro, os mesopotâmicos faziam seus contratos , enquanto no Egito se usava o papiro.

Em 1986, foi descoberta por arqueólogos, perto de Bagdá, Capital do Iraque, uma das mais antigas bibliotecas do mundo, datada do século X - A.C..

A biblioteca continha cerca de 150.000 tijolos de argila com inscrições sumerianas. A literatura caracterizava-se pelos poemas religiosos e de aventura.



VIII - A ARQUITETURA

O edifício característico da arquitetura suméria é o zigurate, depois muito copiado pelos povos que se sucederam na região. Era uma construção em forma de torre, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo.

Nas obras arquitetônicas os mesopotâmicos usavam tijolos cozidos (pois a pedra era muito cara) e ladrilhos esmaltados. Preferiam construir palácios. As habitações de escravos e homens de condições mais humildes eram às vezes, simples cubos de tijolos crus, revestidos de barro. O telhado era plano e feito com troncos de palmeira e argila comprimida. As casas simples não tinham janelas e à noite eram iluminadas por lampiões de óleo de gergelim.

IX - A ARTE NA MESOPOTÂMIA – CONCLUSÃO

Para falarmos da arte desta civilização que é um aglomerado de vários povos como os Sumérios, Assírios, Babilônios, Hebreus, Fenícios, Medos, Persas e Hititas, devemos dizer que a Bíblia nos conta dos Tribunais de Justiça entre os Assírios, da Torre de Babel e da faustosa Nínive.

Do cativeiro de 60 anos dos judeus e da conquista de Nabucodonosor. Da sentença de Deus contra a grande prostituta e das salvas da sua ira, que sete dos seus anjos derramaram sobre as terras do Eufrates. Os profetas Isaías e Jeremias pintaram suas visões terríveis da destruição do mais famoso entre os reinos.

Há pouco mais de um século, toda a ciência Assíria era para nós um livro fechado. Hoje, será possível escrever a história de mais de dois mil anos de Mesopotâmia e pintar os verdadeiros caracteres de seus senhores.

A cólera do Senhor está situada exatamente entre os rios Tigre e Eufrates.

Falar sobre a civilização nos faz perceber um mistério que envolve todo um povo e uma história.

Esta civilização foi profeticamente condenada a desaparecer. " Ele estenderá a mão contra o Norte e destruirá a Assíria e fará de Nínive uma desolação e a terra árida como um deserto onde tudo se deitará".

A terra entre os dois rios, escondeu durante séculos, palácios, templos e estátuas de reis e deuses. Foi uma civilização rica e cheia de mistérios. Os palácios suspensos , jardins afrodisíacos ornados com tijolos vitrificados e alabastro, leões alados, touros, águia e estatuas gigantescas denominadas de guerreiros de Jeová. Era para nós um livro fechado e a poucos decênios os soberanos assírios nos pareciam lendas e fantasmas.

Somente a Bíblia nos mostrava a verdade desta civilização e não os fatos comprovados que a ciência necessita. Passagens significativas como o Livro dos Mortos, Sodoma e Gomorra, Noé, Moisés, Golias, Guerra de Tróia, a Ilíada e a Odisséia se eram estórias ou lendas, realidade ou fantasia, o que podemos concluir é que nos foi deixado um grande legado em esculturas, escritas, baixo relevo e pintura nas escavações realizadas em 1840.

O povo desta época atingiu um alto nível de desenvolvimento na matemática , astronomia, medicina e nas ciências.

A pintura era subsidiária da escultura e a decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas.

A pintura tinha ausência das três dimensões , onde ignoravam a profundidade.

Nos baixos relevos, o uso de conchas, mosaicos vitrificados e madrepérolas se sobressaiam nas colunas e muros.

Na música encontram-se instrumentos gravados em pedras e do seu sistema musical nada chegou até nós.

Na decoração a pedra era esculpida em frisos com motivos circulares e as combinações decorativas obtidas com suas disposições variadas, descendem dos motivos antigos e bizantinos. O gesso entalhado e o estuque, cujo emprego foi amplamente utilizado na Pérsia para revestir as paredes.

A madeira era esculpida e com um sistema de marchetaria encontravam-se nsa portas e sarcófagos.

Na cerâmica os jarros de bronze eram criados com relevos ora lavrados, ora rendilhados com frisos e medalhões em azuis-lazurita, verdes-turquesa, ouro, cinábrios, granadas e rubis.

O vidro era esmaltado, moldado e entalhado na cor vermelha e dourado sobre fundo claro.

O bronze e o cobre e às vezes o ouro eram muito usados nos utensílios ou para simples enfeite para portas.

Na religião os deuses deram destaques

*

Anou - deus do Céu
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Enki – deus da Terra
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Nin-ur-sag – deus da Montanha
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Assur – deus Supremo

A relação com os deuses era marcada pela total submissão às suas vontades.



X - MÚSICA E DANÇA

A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião.

Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: " Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.

Nas cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos, acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la senão quando todos, em coro tivessem gemido bastante.

A procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha.

O canto também tinha ligações com a magia.

Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.

A dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra, de caça, de amor etc.

Danças rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em Thecheme-Ali, perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa, cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos festins sagrados (tumbas reais de Ur).

Em casos de possessão os serviços religiosos contavam com dançarinos, natores e músicos.
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