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Feliz Natal

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Baixa Idade Média -Rotas Comerciais-

No século XII, como conseqüência imediata das Cruzadas, inicia-se a expansão comercial na Europa e, com ela, o crescimento das cidades e a decadência do trabalho servil, típico do feudalismo. As Rotas Comerciais e a Feiras A expansão comercial, a partir da reabertura do Mar Mediterrâneo, beneficiou principalmente as cidades italianas de Gênova e Veneza. Os comerciantes dessas cidades passaram a monopolizar o comércio de especiarias, comprando-as em portos orientais de Constantinopla, Alexandria e Trípoli, para, através do Mediterrâneo, revendê-las no mercado europeu. Mas no norte da Europa, junto as Mar do Norte e ao Mar Báltico, também se formaram regiões de intenso comércio, servidas em parte delas cidades italianas, que as atingiam tanto pro mar como por terra. Era a região de Flandres, produtora de tecidos, onde se destacava a cidade de Bruges, e a região do Mar Báltico, que tinha como importantes centro Hamburgo, Dantzig e Lübeck, que ofereciam mel, peles, madeira e peixes vindos de regiões próximas. Para contatar esses pontos, estabeleceram-se diferentes rotas comerciais. A rota marítima ligava as cidades italianas a importantes centros comerciais do norte da Europa. Já a rota terrestre também ligava as cidades italianas à movimentada região de Fladres, mas atravessava toda a França. Nos cruzamentos dessas grandes rotas comerciais com outras menores, que uniam todos os pontos da Europa, surgiram as feiras, grandes mercados abertos e periódicos, para onde se dirigiam comerciantes de várias partes do continente. Protegidos pelos senhores feudais, que lhes cobravam taxas de passagem e permanência, os comerciantes fixavam-se por dias e semanas em algumas regiões, oferecendo mercadorias, como tecidos, vinhos, especiarias e artigos de luxo orientais. As feiras mais famosas foram as da região de Champagne, na França. O desenvolvimento comercial surgido no século XII, fez com que o dinheiro voltasse a ser necessário. Porém, com em cada região cunhavam-se moedas de diferentes valores, apareceram os cambistas, pessos que conheciam os valores das moedas e se incubiam de trocá-las. Posteriormente, tornando-se as relações mais complexas, surgiram os baqueiros, que guardavam o dinheiro dos comerciantes e forneciam-lhes empréstimos mediante a cobrança de juros. São dessa época os sistemas de cheques e as letras de câmbio, que facilitavam as transações comerciais feitas a distância, utilizados até hoje. O Ressurgimento das Cidades Com a expansão comercial desenvolveram-se os burgos, que haviam aparecido em volta de castelos, mosteiros e igrejas, além de outros, surgidos nas rotas comerciais, no litoral e à margem de rios. Sua população, como já vimos, era composta basicamente de artesãos e comerciantes, que ganhavam cada vez mais importância, em função de sua riqueza e de seu número. Os artesãos dedicavam-se à fabricação de tecidos, instrumentos de ferro, de couro, e de muitos outros materiais. Suas oficinas, que funcionavam com as portas abertas, serviam igualmente para vender as mercadorias diretamente, sem intermediários. Com o rápido cresimento do comércio e do artesanato nos birgos, a concorrência entre mercadores e artesãos aumentou bastante. Para regulamentar e proteger as diversas atividades, surgiram as corporações. No início eram formados apenas por mercadores autorizados e exercer seu trabalho em cada cidade. Posteriormente, com a especialização dos diversos artesãos, apareceram as corporações de ofício, que tiveram grande importância durante a Baixa Idade Média: corporações de padeiros, de tecelões, de pedreiros, de marceneiros etc. Cada umas dessas corporações reunia os membros de uma atividade, regulando-lhes a quantidade e a qualidade dos produtos, o regime de trablho e o preço final. Procuravam assim eliminar a concorrência desleal, assegurar trabalho para todas as oficinas de uma mesma cidade e impedir que produtos similares de outras regiões entrassem nos mercados locais. Dessa maneira, as corporações de ofício determinavam também as relações de trabalho. Em cada ofícina havia apenas três categorias de artesãos. Mestres, que comandavam a produção, sendo donos de oficina, dos instrumentos de trabalho e da matéria-prima; Oficiais ou companheiros, que eram trabalhadores especializados a serviço dos mestres, recebendo em troca um salário. Tornavam-se mestres após realizar uma obra que provasse sua capacidade e habilidade no ofício; Aprendizes, jovens que aprendiam o ofício trabalhando, durante anos, e recebendo do mestre apenas casa e comida até poderem tornar-se companheiros. Os comerciantes também procuravam organizar-se em corporações para manter o mercado comerciantes de diferentes cidades se associavam, formando uma liga. A mais famosa foi a Liga Hanseática, que reunia 80 ciades alemãs e que controlava comercialmente o norte da Europa. Com o amplo desenvolvimento mercantil e artesanal e o conseqüente aumento de importância da classe dos burgueses, a antiga organização feudal, composta por nobres improdutivos e servos presos à terra, já não era mais adequada. Os senhores feudais passaram a ganhar com o comércio, pois cobravam dos comerciantes taxas de passagem e de estabelecimento em seus feudos. A mão-de-obra servil declinava, pois, além de um grande número de trabalhadores agrícolas ter sido desviado para as Cruzadas (século XI e XII), muitos servos fugiram para dedicar-se às atividades urbanas. Interessados no aumento da produção e em maiores lucros, os senhores feudais liberaram os servos do trabalho obrigatório. Alguns senhores passam a permitir que os servos vendam seus produtos nas feiras e nas cidades, desde que lhes paguem uma quantia em dinheiro. Outros ainda começaram a se utilizar de lavradores assalariados, pagos por jornada, chamamos jornaleiros. Pouco a pouco, o poder dos senhores feudais diminuiu, assim como a submissão das cidades às suas leis e impostos. Alguns dos mais importantes comerciantes e mestres-artesãos passaram a organizar-se num conselho, conhecido como comuna. Eram eles que administravam as cidades, cobrando taxas e impostos de seus moradores. Foram essas comunas burguesas que, a partir do século XII, passaram a organizar a luta pela autonomia das cidades. Ela foi sendo conquistada aos poucos, ou de forma violenta, quando se armava e derrotava o senhor feudal da região, ou de forma pacifica, ao comprar a independência da cidade, recebendo a carta de franquia do senhor feudal, que dava ampla autonomia aos núcleos urbanos. A vitória desses movimentos comunais refletia a importância cada vez maior da burguesia, fato que iria afetar diretamente os acontecimentos dos séculos seguintes. As Sujas e Apertadas Cidades Medievais Na baixa Idade Média, houve a rápida multiplicação do número de cidades, nas quais se exerciam atividades comerciais, manufatureiras e também artísticas. As cidades eram guarnecidas por mulharas que serviam para protegê-la das invasões de nobres e bandidos. Seus habitantes haviam conseguido desvinvular-se parcialmente do controle dos senhores feudais, adquirindo certos direitos e liberdades que atraíam grande número de camponeses. Essa imigração aumentou em demasia a população das cidades, tornando necessária a destruição posteiror reconstrução da muralhas, a fim de ampliar o espaço urbano. Esse procedimento, no entanto, só era acessível aos grandes centro; nas demais cidades, contruíram-se casas e jardins até mesmo no alto das largas muralhas. Assim, dentro dos limites cercados das cidades, os terrenos eram caríssimos e procurava-se aproveitar cada centímetro. As contruções, em geral de madeira, eram colocadas umas às outras, e os andares superiores eram projetados sobre as ruas, que já eram estreitas, tornando-as ainda mais sombrias. O perigo de incêndio era constante. Esse incontrolável crescimento demográfico dificultava a observância de padrões de higiene e de conforto. As condições sanitárias eram péssimas: o lixo eram despejado nas ruas e sua coleta ficava a cargo das eventuais chuvas; até que isso ocorresse, formavam-se montes de detrito, resolvidos por cães e porcos. A água dos rios e poços que abasteciam a cidade era freqüentemente contaminada, ocasionando consatantes surtos de tifo. Em todo o século XIV e até meados do século XV, a Europa enfrentou uma série de circunstâncias que afetaram profundamente a vida de sua população. Mudanças climáticas trouxeram vários anos seguidos de muita chuva e frio, o que causou o extermínio de animais e plantações, levando a um longo período de fome; a peste negra, originária do Mar Negro e transmitida por ratos, dizimou milhões de europeus já enfraquecidos pela fome. Além disso, a violência gerada pela Guerra do Cem Anos fez eclodirem revoltas populares que ceifaram outras tantas vidas. As precárias condições urbanas agravaram ainda mais os problemas gerados por essas crises, pois só a peste negra, propiciada pelas más condições de higiene, fez a Europa perder mais da metade da sua população.

Um comentário:

Unknown disse...
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